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Iniciar um ano de Copa do Mundo com fratura de perônio e luxação no tornozelo não é nada fácil. Ainda mais quando se é um dos candidatos às vagas na lateral esquerda da seleção brasileira. Na cabeça de Filipe Luís, jogador do La Coruña, a situação poderia ser muito pior. A imagem do incidente com o goleiro Iraizoz, no fim de semana passado, assustou. Mas a previsão de que voltará a jogar em quatro meses lhe trouxe a esperança de volta.

"Logo depois do choque, olhei para a minha perna e levei um choque. Na hora pensei: "Vou ficar um ano, um ano e meio parado". Não senti dor nenhuma, o que foi positivo, mas o quadro era terrível. Quando acordei, me contaram que não era tão grave assim. Fiquei aliviado e voltei a sonhar", explicou o jogador, lembrando que o Mundial vai começar no dia 11 de junho.

Foi nesse momento, quando recebeu dos médicos o diagnóstico, que Filipe Luís decidiu que a temporada ainda não havia acabado. E que o sonho de disputar a Copa do Mundo da África do Sul ainda valia a pena ser vivido. Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM por telefone, o lateral relembra os momentos que passou desde o dia em que se machucou, fala do carinho que recebeu da comissão técnica da seleção e confirma que não desistiu de fazer parte da equipe que tentará o hexa.

O momento crítico

"Recebi o impacto e caí. Logo depois, olhei para a minha perna e pensei que era o fim, que ficaria um ano, um ano e meio parado. Não senti dor, o que foi ótimo, mas fiquei assustado. Eu li sobre casos semelhantes e pensei logo nisso".

Sofrimento até a operação

"Não senti dor, mas fiquei concentrado o tempo todo, para evitar que ela aparecesse. Recebi o carinho de todos no clube. Minha ida para o hospital foi rápida, porque ele fica do lado do estádio. Fui muito bem tratado. No deslocamento, tive assistência e não fiquei sozinho em nenhum momento".

Risco de amputação

"No vestiário, os médicos tentaram colocar o meu pé no lugar e viram que não dava, pois havia uma artéria presa, impedindo a circulação do sangue. Eles me disseram que tinha cinco horas para colocá-lo no lugar para não ter de amputar. Fiquei tranquilo".

Sonho da Copa do Mundo ainda vivo

"Quando acordei depois da operação, o médico me explicou o que tinha acontecido, que não havia sido tão grave. É grave, mas poderia ser gravíssimo, muito pior. Mesmo com a luxação no tornozelo e a fratura no perônio, poderei voltar em quatro meses. A temporada não acabou. Ainda sonho com a Copa do Mundo, apesar de reconhecer que está distante".

Apoio da comissão técnica

"Todos me ligaram, me deram apoio. Dunga, Jorginho... Eles se colocaram à disposição para o que precisasse. É muito importante receber essa força, esse carinho. Fico mais forte para buscar a minha recuperação"

Apoio dos companheiros de clube

"O Manuel Pablo foi o que mais me deu atenção. Ele teve uma fratura que deixou a perna pendurada. Levou dois anos para voltar a jogar. Por isso, vem conversando comigo, contando a sua experiência. Hoje, ele tem 35 anos e atua em alto nível, um exemplo. Tenho recebido muito carinho dele e de todos".

Relação com Iraizoz

"Ele me procurou no hospital, pediu perdão. Fiquei muito feliz por ele ter ido lá. Mas não o considero culpado e disse isso para ele. O Iraizoz não teve nenhuma culpa no lance e, mesmo assim, se ofereceu para ajudar. Essas coisas é que nos dão força".

A retomada

"Minha mãe e meu irmão estão comigo e me ajudam. Tenho condição de fazer tudo. Uso muleta, mas faço o quero, desde que respeite as ordens médicas. Não vou me recuperar no Brasil. Aqui na Espanha tenho tudo. Vou esperar a diminuição do trauma e, em seguida, começarei a fisioterapia. Como falei antes, a temporada não acabou. Espero voltar ao nível em que estava e, apesar de ser difícil, ainda sonho com a Copa".

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