Rio – Atitude contra a altitude. Revoltada com o sacrifício de seus jogadores no empate por 2 a 2 com o Real Potosí, quarta-feira, na Bolívia, na estréia do Flamengo na Copa Libertadores, a diretoria rubro-negra vai tentar provar à Conmebol e à Fifa que é desumano jogar a 4 mil metros de altitude. Usando imagens da Rede Globo e do Sportv e depoimentos de quem sofreu os efeitos da altitude boliviana, o clube pretende enviar às entidades um DVD mostrando o drama que o time viveu em Potosí.

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O Flamengo pretende aproveitar um congresso sobre medicina esportiva, que será realizado dias 16, 17 e 18 de março, em Buenos Aires, promovido pelo Boca Juniors, para atrair aliados. Neste ano, o congresso ganha maior importância porque o encontro pode oficializar a criação de uma comissão médica da Conmebol.

Esta é a única forma que os clubes enxergam para levar o assunto altitude à Fifa e forçar a entidade a tomar uma posição contra partidas acima dos 2.800 metros de altitude. O Flamengo será representado pelo médico José Luiz Runco, vice-presidente desta comissão e também chefe do departamento médico da CBF.

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"É preciso rever com a máxima urgência essa situação de jogar numa altitude como La Paz, Potosí, porque é desumano realmente. Há na Fifa há tempos um projeto de limitar em 2.800 metros a altitude máxima para jogos de futebol, mas ele está parado. Só com a criação dessa comissão a Conmebol pode resolver esse impasse", diz José Luiz Runco.

Além dele, Serafim Borges, que coordenou os trabalhos no Flamengo com a câmara hipobárica para tentar minimizar os efeitos da altitude de Potosí, também faz parte da comissão médica da Conmebol. Serafim acompanhou a delegação rubro-negra na Bolívia e vai ter função importante na edição do DVD que será mostrado no congresso de Buenos Aires.

"Certamente haverá muita gente remando contra, mas a maioria dos clubes sul-americanos estará a favor. Não pode uma Libertadores ser jogada naquela altitude, naquele campo. É um risco desnecessário para os jogadores. Se forem fazer tabela com o Flamengo, podem pôr W.O. com antecedência porque não iremos", afirma Kleber Leite, vice de futebol rubro-negro.