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Marcelo Oliveira, ontem à tarde, feliz  pela vitória contra o Paraná | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Marcelo Oliveira, ontem à tarde, feliz pela vitória contra o Paraná| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Gerência

"Faz-tudo" do Coxa está mais perto do Flu

A demissão do vice-presidente de futebol do Fluminese, Alcides Antunes, repercutiu no Coritiba – mais precisamente na figura do superintendente de futebol do time, Felipe Ximenes. Com a vaga em aberto, ele surgiu como o principal nome para assumir o departamento de futebol tricolor. A notícia ganhou força após Antunes afirmar ao jornal Marca Brasil que o time das Laranjeiras está mesmo contratando o dirigente coxa.

O vice-presidente alviverde, Vil­­son Ribeiro de Andrade, disse que desconhece o fato. Apesar disso, as indicações dão conta de que o Coritiba deve mesmo, nos próximos dias, perder o seu gerente de futebol.

Não é a primeira vez que o no­­me de Ximenes é especulado em outro clube. A repercussão se dá pelo pa­­pel dele no Coritiba, onde é considerado fundamental em sete áreas diferentes dentro do clube, com 80 funcionários e 208 atletas sob seu comando.

O discurso do técnico líder invicto do Campeonato Paranaense impressiona pela simplicidade.

Marcelo Oliveira, 56 anos, prega basicamente que não adianta ousar na prancheta se a realidade do gramado é outra. Fala manso sobre o assunto. Não tenta impressionar.

Ontem à tarde, antes de participar de um programa em rede nacional pelo canal SporTV, o treinador recebeu a reportagem da Gazeta do Povo para falar do time-sensação do Paranaense. Atribuiu o sucesso alviverde a três elementos: 1) uma boa ideia tática; 2) atletas competentes; 3) sorte.

Com 11 vitórias consecutivas, Oliveira – bem modesto – põe o terceiro fator em destaque. "O sistema de jogo não ganha por si só. Qualquer sistema pode ser bom a partir do momento que você en­­contra jogadores com as características para executá-lo. Felizmente [meu time] encaixou bem", conta.

O segredo para os triunfos até o momento, segundo Oliveira, "são a dedicação e a consciência dos atletas", que têm o conhecimento exato do papel a desempenhar.

O treinador cita o exemplo do meia Davi, que não fazia tantos gols, mas seguindo a ordem de se aproximar mais da área e usar o chute, tornou-se um dos artilheiros do time.

"Todos têm a obrigação de ocupar espaço. Nem tanto de marcar forte, mas de se posicionarem quando estão sem a bola. O importante disso é que os jogadores entenderam bem a proposta", segue (leia entrevista abaixo).

Na próxima quinta-feira, em Goiânia, o Coritiba encara o Atlé­­tico-GO pela segunda fase da Copa do Brasil. Mais um desafio para o comandante alviverde. Domingo, pelo Estadual, encara o Cascavel no interior do Estado.

EntrevistaMarcelo Oliveira, técnico do Coritiba.

O Coritiba chegou a 11 vitórias consecutivas, quebrando um recorde de 1939, e ainda tem outras marcas a bater. Você imaginava, em tão pouco tempo, ter essa sequência?

Naturalmente pensamos sempre positivo. Trabalhamos intensamente e amamos o que fazemos. E vir para um clube que teve uma trajetória tão boa no ano passado e que tem consistência e, principalmente, estrutura, nos dá a possibilidade de pensar sempre em vitórias. Se vier essa quebra de marcas seria interessante, mas temos o foco maior e a concentração na conquista do bicampeonato.

A indicação do Ney Franco facilitou o trabalho?

Isso é um aspecto diferente no futebol. O clube vinha de uma temporada brilhante e por motivos que todos sabem o Ney teve de sair. E prefiro assim, porque aí você já tem uma referência de grupo, de clube, uma estrutura montada. Na verdade é dar sequência no que está bom.

Você sentiu algum tipo de resistência por parte da torcida nessa transição?

Já me falaram isso, mas eu não encontrei esse pessoal, pelo menos não manifestaram ainda. Onde quer que vá, tem sempre uma coxa-branca trazendo apoio, dando uma palavra de carinho, de incentivo.

É bom ser o time a ser batido?

Não é bem assim. Tem outros concorrentes e o campeonato ainda está aberto e muito acirrado. Temos conseguido vitórias com consistência de jogo, mas temos de ter sequência. Isso é importante para quem quer ser campeão.

Como você leva esse estilo mais discreto para o time?

Eu penso sempre em combinar as coisas, conversar bastante, cons­­cientizar e orientar. A prepa­­ração e trabalho são fundamentais para se conseguir alguma coisa, mas o principal é que somos exigentes e cobramos porque também somos cobrados.

Ajudou também o clube ter mantido a base da última temporada?

A diretoria tem renovado com jogadores importantes que, se saíssem, não conseguiríamos reposição tão fácil no mercado. Foi fundamental. E os jogadores pontuais que contratamos vieram e deram certo, encaixaram bem no time. O caminho é esse, mas é apenas o início, que é bom, com perspectivas ótimas. Só que temos de trabalhar sempre para agregar mais e melhorar um pouco.

Com base do Paranaense, o Cori­­tiba vai chegar bem no Cam­­peonato Brasileiro? Qual a sua análise?

Eu vejo o Coritiba bem consistente, bem entrosado e com respaldo muito bom através do equilíbrio ad­­ministrativo e política, sem contar a estrutura do clube. E na­­turalmente esse estadual vai dar referência daquilo que po­­demos necessitar. Mas acho que a base é muito boa para disputar o Brasileiro.

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