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Dois eventos que tendem a sacudir as emoções populares. Certo ou errado? Na conjuntura atual, errado. O povo está muito distanciado das duas provas de força. Na política, os brasileiros sofrem decepções todos os dias. Candidatos cassados por corrupção; aspirantes a funções públicas sem a mínima qualificação. Na maioria dos casos, os pretendentes aos variados mandatos eletivos estão atrás de um emprego rentável financeiramente e com forte inclinação para tirar proveito pessoal por meio de atitudes incompatíveis com a ética e a moral.

Os partidos políticos – verdadeiros cartórios eleitorais – só se preocupam com puxadores de votos, aqueles candidatos com bom potencial. Preparo, seriedade, vocação para servir a comunidade, nada disso interessa. Dispensável exemplificar. O povo conhece essas figuras folclóricas. A situação se agrava com a obrigatoriedade de votar, transformando direito em dever. Não foi por outra razão que este colunista defendeu o voto facultativo na formulação da atual Constituição. Infelizmente perdi, mesmo com o apoio de um dos mais lúcidos homens públicos do país, o ex-governador de Santa Catarina, Antonio Carlos Konder Reis, e deputados do PT alinhados com o meu pensamento.

Enquanto o voto for obrigação, vão ganhar os mais bonitinhos, os mentirosos de todos os matizes, os compradores de votos e os que têm condição de despejar dinheiro em cima de cabos eleitorais, mercenários da política brasileira.

No futebol, a situação não é muito diferente. Os clubes foram transformados em instituições mercantis. Os árbitros reinam soberanos. Prejudicam uns e favorecem outros. Como as decisões são abstratas, por ser impossível identificar as intenções reais dos apitadores, a cada jogo há um enorme número de decepcionados. Vários jogadores profissionais não respeitam os princípios norteadores do bom trabalho. São atores quando enganam dirigentes, treinadores, torcedores e até os controvertidos árbitros de futebol.

Os estádios brasileiros já estiveram abarrotados de pobres, remediados e ricos. Tempo em que o futebol tinha arte e quase nenhuma malandragem. Assistir à seleção brasileira no Maracanã já agradava pelo espetáculo dos milhares de torcedores – 150, 170, 200 mil – entrando e saindo do estádio em paz e esbanjando alegria pelo show de talento de Pelé, Garrincha e dezenas de verdadeiros artistas da bola.

Atualmente os clubes, com poucas exceções, viraram negócios para empresários e dirigentes com sede e fome de ganhar dinheiro. Futebol deixou de ser uma diversão para virar palco de enriquecimento irregular. Restabelecer a plena cidadania é uma imposição social com a participação de todos, iniciando pelos mais jovens.

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