João Havelange foi acusado de receber propina para liberar direitos de transmissão da Copa do Mundo| Foto: Olivier Morin/AFP

A revelação de que esteve envolvido em escândalos de recebimento de propina parece ter diminuído o prestígio de João Havelange na Fifa. Neste domingo (15), um jornal suíço reproduziu uma entrevista com Joseph Blatter, na qual o presidente da entidade afirma que o brasileiro deveria deixar o cargo de presidente de honra do maior órgão do futebol mundial.

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"Ele tem que ir. Ele não pode permanecer como presidente de honra depois destes incidentes", declarou Blatter ao SonntagsBlick. "Havelange é e foi um grande dirigente. Ele é multimilionário. Para mim era inconcebível que ele recebesse propina. Ele não precisava", completou.

A Fifa divulgou na última quarta-feira um documento para confirmar que os brasileiros João Havelange, ex-presidente da entidade, e Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, receberam suborno da ISL, que faliu em 2001.

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Segundo o processo, Teixeira recebeu US$ 13 milhões (em valores atualizados) entre 1992 e 1997, enquanto Havelange ganhou US$ 1 milhão (também em valores atualizados) em 1997 da empresa de marketing em troca de vantagens no processo de venda dos direitos de transmissão da Copa do Mundo.

Blatter assumiu a presidência da Fifa em 1998, substituindo justamente João Havelange, para quem trabalhava como diretor. Apesar de já estar envolvido com a entidade no período em que os pagamentos de propina ocorreram, o suíço garantiu que não tinha conhecimento do escândalo.

"Eu só fiquei sabendo disso (dos pagamentos), depois do colapso da agência ISL, em 2001", afirmou. "Foi a própria Fifa que abriu o inquérito criminal na época e desde então tem acompanhado o desenrolar do caso ISL", completou.