Dom José Antônio Peruzzo, arcebispo de Curitiba, diz que há ligação entre a violência nos estádios e as bebidas alcoólicas.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A campanha contra a venda de cerveja nos estádios de Curitiba ganhou mais um defensor de peso. O arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, enviou uma carta nesta quarta-feira (2) para a Câmara Municipal de Curitiba em que pede para que os vereadores votem contra o projeto de lei que pretende liberar a venda de bebidas alcoólicas nos estádios da cidade.

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Hoje há uma difusa predisposição à violência. Pequenos motivos se tornam grandes confrontos. E o consumo alcoólico, ainda que em pequenas doses, diminui os reflexos, reduz a capacidade de reflexão e raciocínio.

Dom José Antônio Peruzzo, arcebispo de Curitiba

“O futebol é um esporte apaixonante, de muitas emoções e disputas. A bebida alcoólica, ainda que em módica dosagem, estimula muitos confrontos e desfigura a dimensão esportiva de qualquer jogo”, afirmou o arcebispo, que, assim como a Polícia Militar e o Ministério Público, vê relação direta entre o consumo de álcool e o aumento da violência nos estádios.

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“Hoje, mais do que outrora, há uma difusa predisposição à violência. Pequenos motivos se tornam grandes confrontos. E o consumo alcoólico, ainda que em pequenas doses, diminui os reflexos (por isso não se deve dirigir carros), reduz a capacidade de reflexão e raciocínio”, prossegue Perruzo. “Mas crescem os ímpetos, até os instintuais. Daí à violência basta um pequeno passo”, adverte o religioso.

A correspondência foi entregue para os vereadores pelo bispo Dom José Mário Angonese, que reforçou o pedido do arcebispo Peruzzo. “Institucionalizar o consumo de bebida alcoólica nos estádios é um problema, pelo clima de animosidade permanente entre as torcidas organizadas”, disse Angonese.

Antes da Igreja Católica, o Ministério Público e a Polícia Militar já haviam se posicionado contra a aprovação do projeto, de autoria do vereador Pier Petruzziello (PTB), e que foi aprovado em primeiro turno no dia 25 de agosto. No dia seguinte, entretanto, os vereadores decidiram, por decisão da maioria, adiar a votação da proposta em segundo turno.

No entanto, a pressão contrária para o projeto é tanta que o próprio Petruzziello já admite ser impossível que haja aprovação em segundo turno.