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Um técnico conservador, que tem sofrido para implantar sua filosofia com um elenco curto e que paga uma conta alta por ser comparado com o sucesso imediato do último técnico.

Veja os números do contestado Portugal no Atlético

Confira a ficha técnica de Atlético x Cruzeiro

A descrição acima, depois de dez jogos e quase três meses de trabalho, resume a curta passagem do espanhol Miguel Ángel Portugal à frente do Atlético. Hoje, às 18h30, contra os reservas do Cruzeiro, em Brasília, o treinador conta com a segunda vitória no Brasileiro para amenizar a rejeição de uma torcida que esperava uma largada melhor.

A eliminação precoce na Libertadores foi um duro golpe para o comandante de 58 anos. Seus números são medianos (veja ao lado), mas deixar a competição sul-americana só aumentou o coro por sua demissão, como aconteceu no jogo-teste da Arena da Baixada (29/3). Vagner Mancini, responsável por classificar a equipe, por exemplo, ganhou 73% dos pontos nos primeiros dez duelos. O uruguaio Juan Ramón Carrasco, que também teve de se adaptar ao futebol brasileiro, arrancou com 67% em 2012. Portugal tem 53%.

A falta de padrão de jogo é outra queixa das arquibancadas. O espanhol utilizou ao todo 26 jogadores, rodou pouco o time titular, só que ainda não conseguiu implantar seu jeito. Quando chegou, em janeiro, falou em futebol ofensivo e de posse de bola, o que ainda não aconteceu.

Muito por causa da falta de opções, qualidade e experiência no plantel. Fato que o obriga a armar a equipe de forma mais cautelosa e com obrigações táticas e físicas acima das técnicas. "Sabemos que com um time como o nosso, se não trabalharmos, não podemos conseguir os pontos", ressaltou Portugal, em entrevista ao site oficial atleticano.

Traduza trabalho como dedicação extrema, especialmente sem a posse da bola. Tipo de jogo implantado – e que deu certo – com Mancini, mas que recomeçou do zero com a vinda do técnico espanhol.

Durante as partidas, Por­­tugal se mostra muito tradicional. Se fora de campo ele mantém uma cartilha rígida na alimentação e controle de peso dos jogadores, a regra se repete nas substituições. São raras as trocas antes dos 15 minutos do segundo tempo – foram apenas oito entre as 30 realizadas nos dez jogos. O perfil calmo, educado e pouco agitado à beira do gramado também não é comum aos olhos do torcedor.

Em meio ao próprio pragmatismo, instabilidade no cargo e falta de jogadores maduros, o espanhol sobrevive no Atlético, trabalhando muito para não acabar como os antecessores. Por isso, vencer é o único caminho para tentar mudar o quadro. "É um reforço emocional importante para os jovens. Ganhar é muito importante para a evolução do time. É muito mais fácil evoluir ganhando", diz o técnico.

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