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Jogadores do Milan no trabalho de reconhecimento no Camp Nou: vantagem considerável | Alberto Estévez/EFE
Jogadores do Milan no trabalho de reconhecimento no Camp Nou: vantagem considerável| Foto: Alberto Estévez/EFE

Messi

O argentino tem ótimas lembranças das oitavas de final da Liga dos Campeões. Na temporada passada, fez cinco gols (um recorde) no 7 a 1 sobre o Bayer Leverkusen. Na edição anterior, marcou todos de seu time na goleada por 4 a 1 sobre o Arsenal. Repetir a dose hoje deixará o Barça perto da classificação e dará a Messi a chance de ser, pela quarta vez seguida, artilheiro do torneio. Para isso, precisará superar o seu próprio desânimo. "É evidente que nos últimos jogos ele esteve abaixo emocionalmente. Por quê? Não sei, não procurei saber. Mas notei que ele estava um pouco mais cabisbaixo do que o normal", revelou o brasileiro Daniel Alves.

Uma virada histórica ou o fim de um dos ciclos mais vitoriosos da história do futebol. Entre extremos, o Barcelona enfrenta o Milan hoje, às 16h45 (de Brasília), pelo jogo de volta das oitavas de final da Liga dos Campeões. Os catalães precisam reverter a derrota de 2 a 0 sofrida na Itália, há três semanas, para seguir na disputa pelo quinto título europeu.

Continuar vivo no mais rico torneio de futebol do planeta, porém, tornou-se um luxuoso pano de fundo. São as razões que levaram o Barça à incômoda situação e as possíveis consequências de uma desclassificação precoce que dominam as discussões sobre a partida no mundo inteiro. Em uma via estão a saída de Pep Guardiola, o inesperado afastamento por doença do substituto Tito Villanova e a suposta perda de motivação de uma equipe que, cansada de tanto vencer, deixou de ser implacável. Na outra, fala-se de mudanças pontuais no time e até de uma transformação mais radical na estrutura barcelonista. Uma fórmula que fez o time, nas quatro últimas temporadas, conquistar três títulos nacionais, dois continentais e dois mundiais.

Coincidentemente, o Barcelona de Guardiola nasceu de uma eliminação nas oitavas de final da Liga dos Campeões. Em 2006/07, o time de Ronaldinho, Deco e Eto’o, que defendia o título, caiu diante do Liverpool. A equipe se desfez ao longo da temporada seguinte, a última de Frank Rijkaard no Camp Nou. Em 2008/09, já com Guardiola no banco de reservas e a filosofia de posse de bola e movimentação constante em campo, o time voltou a conquistar o título europeu. Um roteiro difícil de ser repetido agora.

"É difícil [haver um fim de ciclo agora], porque o trabalho atual é muito mais vitorioso e convincente. O que pode acontecer é o clube perceber que os adversários mais fortes já descobriram o antídoto para esse sistema de jogo e que serão necessárias mudanças", afirma Ubiratan Leal, editor do site Trivela, especializado em futebol internacional.

Mudanças que abrangem defesa e meio de campo. A dificuldade do time em evitar gols pelo alto tornou-se latente, bem como a perda de mobilidade. Somente no primeiro caso, contudo, essa transformação passaria por novas peças.

"O time pode sair ao mercado em busca de um zagueiro e um goleiro. Se for eliminado, pode se adiantar o processo da vinda do Neymar. Mas enquanto for mantido o quarteto Busquets, Fàbregas, Xavi e Iniesta, o estilo será mantido. Não seria um fim de ciclo, mas renovação de ciclo", diz Paulo Calçade, comentarista da ESPN.

A análise das possíveis consequências de uma eliminação do Barcelona remete diretamente aos motivos da fase ruim. Um momento que teve o ápice em fevereiro, com duas derrotas para o Real Madrid e outra para o Milan em uma semana. É consenso que a saída de Pep Guardiola levou o time a ficar mais previsível, quadro que, segundo Calçade, se resume pela concentração maior de jogadores no meio e a fixação de um esquema tático.

Ex-técnico do Milan e da seleção italiana, Arrigo Sacchi vai além. Para ele, o Barcelona cansou e não tem, ao longo da temporada, sparrings à altura para perceber suas deficiências. "É uma equipe cansada, sem ambição. Joga uma liga tão pouco competitiva que não está preparada. O Barcelona joga hoje um futebol muito lento, só pressiona, não se desloca sem bola. Todos querem receber no pé", comentou Sacchi, ontem, em chat com leitores do jornal espanhol El País.

O clima de velório antecipado incomoda o ex-jogador Tostão, colunista da Gazeta do Povo. Admirador do Barcelona, ele teme que o impacto de uma eventual eliminação leve à mesmice no futebol mundial. "É o único time do mundo que sai do lugar comum. Mas se continuar na Liga dos Campeões, vão parar de falar em crise e volta com mais força", torce.

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