João Dória deixou a seleção no Chile| Foto: Divulgação

Chefe de delegação da seleção brasileira na Copa América, o empresário e jornalista João Dória Jr., 57 anos, foi embora da concentração do Brasil nesta segunda (15), um dia depois da vitória sobre o Peru, 2 a 1, em Temuco.

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Ele já havia comunicado aos membros da comissão técnica e da diretoria da CBF que precisaria voltar ao Brasil durante a competição. A decisão de Dória surpreendeu. O chefe de delegação sempre fica o tempo todo com a delegação, principalmente em torneios oficiais no exterior.

O cargo é simbólico e não interfere no dia a dia do time, mas é necessária presença diuturna para representar a CBF em eventos. Sem Dória, quem fala pela CBF neste momento no Chile é o diretor de marketing Gilberto Ratto. O secretário geral Walter Feldman também retornou ao país depois da estreia.

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Segundo a assessoria de Dória, desde janeiro sua agenda está fechada e ele tem compromissos do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), que se autodenomina a maior organização empresarial do Brasil e é presidida pelo empresário. Ele, ainda segundo a assessoria do Lide, voltará na quarta-feira (17) para a partida entre Brasil e Colômbia, mas deve continuar retornando ao Brasil ao longo da competição.

Dória se juntou ao grupo na sexta (12), em Porto Alegre, e voou no mesmo dia para Temuco, cidade a 670 km ao sul de Santiago, ficando o final de semana com a delegação no palco da estreia. No período, ele trocou o terno pelo agasalho da CBF para se aproximar dos jogadores.

A estratégia parece ter dado certo. Nos três dias no Chile, ele se entrosou com os atletas. No embarque dos jogadores no ônibus, rumo ao estádio Germán Becker, Dória cumprimentou e abraçou quase todos.

O empresário foge do perfil de chefes de delegação, normalmente formado por cartolas, seja presidentes de clube ou de federações, que são convidados para acompanhar a seleção, normalmente viagens internacionais bancadas pela CBF, e que em troca podem dar apoio político à gestão do momento.

Marco Polo Del Nero, presidente da CBF que assumiu em abril de 2015, preferiu mudar o perfil. Oficialmente disse que quer aproximar a seleção da sociedade, e que Dória, que lidera um influente grupo de líderes empresariais, seria essa ponte. Del Nero, também, queria se aproximar de empresário neste primeiro momento de sua gestão.

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Mas, semanas depois, o antecessor José Maria Marin foi preso na Suíça junto com outros executivos da Fifa acusados de corrupção. Del Nero também é suspeito de participar do esquema, segundo investigação do Departamento de Justiça dos EUA.