O corintiano H.A.M., de 17 anos, que alegou ter sido autor do disparo do sinalizador que matou um torcedor do San José (BOL), na última quarta, se apresentou à Justiça na tarde desta segunda-feira (25) na Vara de Infância e da Juventude de Guarulhos. A intenção dele é confessar a responsabilidade pelo ato.
Cinegrafistas, fotógrafos, repórteres e curiosos se aglomeraram em frente ao local para aguardar a chegada do corintiano, que estava com o rosto coberto. Ele foi acompanhado por Ricardo Cabral, advogado da torcida organizada Gaviões da Fiel.
O jovem corintiano declarou, em entrevista veiculada pela TV Globo no último domingo, ser o responsável pelo incidente. Ele alegou, porém, que se atrapalhou com o artefato e que não tinha intenção de matar
O advogado do corintiano espera uma pena socioeducativa para o jovem. De acordo com ele, o torcedor, de 17 anos, tem família, estuda e trabalha, o que pode ajudá-lo neste caso.
Com a confissão, a expectativa do advogado também é para que os 12 torcedores que estão detidos na Bolívia desde a morte de Kevin Douglas Beltrán Espada sejam liberados com a confissão. Além disso, existe a esperança de que a Conmebol aceite o recurso apresentado pelo Corinthians para anular a liminar que proíbe a presença de torcedores do clube nos jogos da Libertadores durante 60 dias.
"Já enviei à Embaixada do Brasil na Bolívia a ficha cadastral e a foto colorida do menor para que sejam anexadas ao processo que a justiça boliviana abriu contra os 12 torcedores que lá estão detidos", comentou, alegando que a identidade do autor do disparo seria confirmada com esses documentos.
Logo no início da partida entre San José e Corinthians, na cidade de Oruro, pela Libertadores, um sinalizador foi lançado da torcida corintiana e atingiu Kevin Douglas Beltrán Espada, que morreu na hora. Após a partida, 12 torcedores brasileiros foram presos e seguem detidos em Oruro.
Ricardo Cabral garantiu que o menor corintiano não conhece esses torcedores e explicou o que aconteceu no momento do disparo. "Após o disparo o menor passou a ser hostilizado pela própria torcida do Corinthians. Ele, então, abandonou a mochila com os sinalizadores e foi para outro local da arquibancada. Quando a polícia foi prender os 12 torcedores, levou junto a mochila, que não pertence a esses torcedores, mas sim ao garoto."
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