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Anderson Aquino: baixo aproveitamento no Coritiba | Antônio More / Gazeta do Povo
Anderson Aquino: baixo aproveitamento no Coritiba| Foto: Antônio More / Gazeta do Povo

Estratégia

Coritiba se livra de medalhões para baixar os custos do futebol

A redução no custo do futebol do Coritiba tem um pé no grupo B e outro na lista de jogadores emprestados. Não por garotos como Zé Rafael e Maykon, que o clube ainda espera ver se destacar no Alto da Glória. Mas com os rodados Lincoln, Escudero, Eltinho, Bottinelli e Everton Costa. Nomes que chegaram com status, não vingaram e foram colocados no mercado até o contrato acabar – mesmo que para isso sigam como um peso na folha de pagamento coxa.

É o caso de Lincoln. Contratado a peso de ouro em 2012, foi emprestado ao Bahia. No entanto, seguirá custando ao Coxa R$ 150 mil mensais (soma de salário e direito de imagem) até dezembro, quando termina seu contrato. Também neste ano se encerram os vínculos com Bottinelli e Escudero. O acordo com Everton Costa acabaria no meio deste ano, mas o Coritiba optou por prorrogá-lo por mais uma temporada antes de emprestá-lo ao Vasco. "Assumimos o risco da renovação para aproveitar a vitrine que é o Vasco, mesmo na Série B, e negociá-lo. Temos 50% dos direitos do jogador", explica o vice de futebol, Paulo Thomaz de Aquino.

O torcedor do Coritiba passou o 1.º de maio dividido entre comemorar a vaga na Copa do Brasil, garantida na véspera, e pensar como segurar o São Paulo, dois dias depois, pelo Brasileiro. Nem se deu conta de que, exatamente naquela quinta-feira, o time jogava um amistoso em Siqueira Campos, Norte do Paraná. Em campo, uma mescla de promessas que ainda não vingaram (Djair, Rafhael Lucas e Thiago Primão) e reforços recentes (Diogo Sodré, Calyson e Jonatha Fumaça). O retrato do time B formado neste ano, pelo Coxa, para administrar seu numeroso elenco.

INFOGRÁFICO: Veja quais jogadores fazem parte do inchado elenco alviverde

A Gazeta do Povo cruzou dados do site oficial alviverde e do BID da CBF para levantar o número de jogadores vinculados ao clube. São, ao todo, 74. Descontando 16 emprestados a outras equipes e o atacante Deivid (em litígio, mas ainda registrado), restam 57 atletas à disposição de Celso Roth.

A chegada do treinador iniciou uma separação que o clube havia esboçado no início da temporada. O grupo principal permanecerá com até 35 jogadores. O excedente ganhou rotina própria, com comissão técnica dedicada e uma agenda de partidas com poucas competições – as cinco rodadas iniciais do Paranaense – e um número de amistosos suficiente para manter todos com ritmo de jogo. Uma versão alviverde do Sub-23 do Atlético, embora qualquer comparação com a política do rival seja vista com reservas. "A situação do Atlético é mais de business", diz o vice de futebol do Coritiba, Paulo Thomaz de Aquino.

O "business" também permeia a experiência coxa. O time B é uma incubadora de reforços que o clube considera bons o bastante para serem contratados, mas ainda não no ponto para defender o Coritiba em uma grande competição. Uma maneira de reduzir o índice de erro. Também é uma vitrine para atletas da casa que não explodiram chamarem a atenção de outras equipes. "O objetivo principal é conseguir um empréstimo para esses jogadores. Os amistosos dão uma condição de observação maior. Ao mesmo tempo, eles podem ser chamados pelo Celso. Qualquer eventualidade, vamos pescar no nosso aquário", afirma o dirigente.

A parada de 41 dias para a Copa é fundamental para desinchar o elenco. Será o momento em que os times das Séries A e B irão ao mercado para corrigir deficiências. Também o período para os clubes acertarem seus elencos para abrir as Séries C e D.

Se fizer bons negócios no meio do ano, o Coritiba estará próximo de atingir outro objetivo da criação do grupo B: reduzir o custo do futebol. Segundo o balanço patrimonial divulgado na semana passada, os gastos com folha salarial, benefícios e encargos subiram de R$ 41,3 milhões para R$ 48,9 milhões entre 2012 e 2013.

"Não estipulamos um porcentual, mas se aproveitarmos bem esse grupo alternativo, fecharemos o ano em uma situação próxima ao ideal: com um elenco menor e reforços que chegarão a custo zero, prontos para jogar", projeta Aquino.

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