Assim que o Paraná entra em campo, o técnico Fernando Diniz passa por uma mutação. Quem acompanha os gritos incessantes do treinador à beira do gramado nos treinos e jogos do Tricolor não imagina que, fora das quatro linhas, o comandante paranista ostenta temperamento calmo e sereno.
“Nem eu sei explicar direito o que acontece”, afirma Diniz. “Mas é exatamente isso. Fora de campo tenho um temperamento mais calmo e no campo ocorre essa transformação. Mas ainda bem que sou assim, sou feliz desse jeito e ajuda na hora de cobrar os jogadores, eles ficam mais ligados”, prossegue o técnico, que admite ter semelhanças com o técnico de vôlei Bernardinho, famoso pelas expressões e broncas à beira da quadra.
“É difícil comparar pessoas diferentes, mas talvez nossos temperamentos tenham uma linha parecida. Para mim, é uma transformação positiva”, diz.
Os atletas tricolores afirmam já terem se acostumado com a postura ambivalente do novo comandante e elogiam sua energia. “Ele tem a linha dura dentro de campo e tem de ser assim, não pode dar vacilo. Com esse espírito a equipe fica ligada sempre”, comenta o zagueiro Luciano Castán.
“O Diniz já deixou claro que dentro de campo é o nosso ganha pão, é um lugar sagrado. Temos de nos transformar ali dentro. Mas, fora das quatro linhas, é um cara super sereno e nos aconselha bastante. Dispensa comentários, já ganhou a nossa equipe, é alguém fora de série”, elogia Castán.
O meia-atacante Danielzinho, que fez sua estreia como titular na vitória por 4 a 1 sobre o ABC-RN, na última rodada, e ainda marcou um dos gols do triunfo, creditou a boa atuação à confiança que recebeu de Diniz.
“Ele tem uma relação muito boa com o grupo. O Diniz me deixou confortável. Fiquei bastante feliz por estrear como titular, ajudando a equipe, ganhando e ainda com um gol. Foi uma bela partida, que nos deixou bastante felizes”, diz o atleta. “Demonstramos que temos um elenco bom e isso traz mais confiança para a sequência da Série B”, complementa.
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