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Felipe Prochet, presidente do Londrina, diz que clube não tem como viver pelas próprias pernas. | ROBERTO CUSTODIO / JORNAL DE LONDRINA
Felipe Prochet, presidente do Londrina, diz que clube não tem como viver pelas próprias pernas.| Foto: ROBERTO CUSTODIO / JORNAL DE LONDRINA

“Caso a parceria terminasse hoje, o Londrina não teria nada”. A declaração do presidente do clube, Felipe Prochet, é um golpe na euforia provocada pelo retorno do Tubarão à Série B do Campeonato Brasileiro após 11 anos.

Em cinco anos, o acerto com a SM Sports rendeu feitos esportivos ao Alviceleste: título estadual em 2014, ascensão da Série D para a Série C e, na semana passada, a volta à Segundona – neste sábado (24), às 19h30, o LEC enfrenta o Tupi-MG, pelas semifinais. Fora de campo, ajudou também a pagar dívidas.

Entretanto, enquanto isso, o Londrina não conseguiu se preparar para o fim. Celebrada em 2011, a união com o empresário Sérgio Malucelli tem data para terminar em contrato: final de 2020. Metade do período já foi.

“Não deu nem para pensar em viver sozinho”, reforça Prochet, de apenas 30 anos, com mandato até o término de 2016. “A cada dia tínhamos uma surpresa. Pagamos uma série de dívidas e temos mais para pagar”, completa o empresário.

De acordo com Prochet, o clube honrou cerca de R$ 18 milhões em débitos nesses últimos anos. Ainda segundo o cartola, tem mais R$ 1,8 milhão em impostos já refinanciados e um valor menor a pagar em ações trabalhistas.

Os números são diferentes dos revelados pela revista Veja em março deste ano. Na oportunidade, a publicação fez um ranking dos clubes de futebol que devem à União, com base em levantamento feito pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, e colocou o Londrina com R$ 7 milhões.

“A parceria foi essencial. Não teríamos forças para seguir sozinhos. E mesmo hoje, se fosse para tocar o futebol do Londrina sem a SM Sports, teria que ser com uma outra parceria”, analisa Prochet.

O contrato do Tubarão com a SM Sports prevê para o clube apenas 5% dos direitos econômicos de todos os jogadores profissionais e amadores – os outros 95% são do empresa. Quando um atleta é negociado, esta é a proporção da divisão do dinheiro.

Os demais rendimentos do futebol também ficam na maior parte com o parceiro. Dos contratos de televisão (como a futura receita com a Série B do Brasileiro, por exemplo), dinheiro de patrocínios e sócios etc, o Londrina pega somente 20%.

“Foi com esses valores que conseguimos pagar as contas. E acredito que o rendimento da Série B será importante. Acredito que temos tempo nesses próximos cinco anos para caminhar sozinhos. É o próximo passo”, diz o presidente.

Para deixar a dependência, o LEC aposta na construção de um centro de treinamento para as categorias de base – o CT que é utilizado atualmente pelo profissional e amadores é da SM Sports. Por enquanto, só existe o projeto.

“Nossa intenção é captar recursos pela Lei de Incentivo ao Esporte. E se não for aprovado, teremos que contar com patrocínio. Ou levantar esses recursos”, comenta Prochet.

O clube conta também com escolinhas de futebol. São 196 garotos dos nove aos 15 anos. Da mesma forma, se a SM Sports desejar contar com alguma das jovens promessas, a empresa também garante 95% dos direitos econômicos.

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