| Foto: UM/mel/UESLEI MARCELINO

O ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, ainda não foi ouvido pela Polícia Federal, nem pelo Ministério Público Federal, para explicar a movimentação de R$ 464,56 milhões nas suas contas no período em que foi presidente do Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014, no Brasil, entre os anos de 2009 e 2012. Suspeito de quatro crimes – lavagem de dinheiro, evasão de divisas, falsidade ideológica e falsificação de documento público – Teixeira estaria no Rio, segundo investigação policial, mas seu paradeiro é desconhecido. Os policiais só conseguiram contato com os advogados do cartola.

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Segundo a PF, o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a unidade de inteligência financeira do governo federal, identificou movimentação atípica nas contas do cartola. Ele mostra que Teixeira mantinha contas no exterior e repatriou valores para poder comprar um apartamento de R$ 720 mil no Rio. Quem vendeu o apartamento ao ex-presidente da CBF foi Cláudio Abrahão, irmão do empresário paulista Wagner Abrahão, controlador do Grupo Águia, que ficou com os direitos de ser o vendedor exclusivo no Brasil dos ingressos corporativos, ou VIPs, para os jogos da Copa no Brasil.

Em 1998, na Copa da França, a Águia foi acusada de lesar torcedores, que compraram ingressos mas ficaram fora do estádio na final. Abrahão foi processado e pagou uma multa para deixar a França. O processo foi arquivado. De acordo com as investigações, Teixeira teria atuado nos bastidores junto à Fifa e aos executivos da Match Services para beneficiar o Grupo Águia. A Match é a mesma empresa que no ano passado ficou no centro do escândalo, depois que seu principal executivo, o inglês Raymond Whelan, foi preso suspeito de envolvimento na venda ilegal de ingressos para a Copa.

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A Match é suspeita de ter superfaturado o preço de diárias de hotéis nas 12 cidades-sede, prejudicando o país, que ficou marcado como destino caro. O caso foi investigado pelo Ministério Público Federal e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que instaurou um inquérito administrativo.

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