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O Paraná irá abrir uma sindicância para investigar a administração do clube desde o ano de 2004, quando José Carlos de Miranda foi eleito presidente do clube pela primeira vez.

Em nota oficial, ontem, o Tricolor afirmou que "em razão da gravidade dos fatos que vêm sendo denunciados pela imprensa, a Mesa do Conselho Deliberativo decidiu convocar Sessão Extraordinária do Conselho para o próximo dia 30 de outubro, com a finalidade de constituir uma Comissão Especial de Investigação".

"Baseado nisso, o Conselho analisará o relatório para decidir quais atitudes tomar. Mas não posso agora adiantar quais serão", afirma Luiz Carlos de Souza, presidente do Conselho Deliberativo do Paraná. É ele também quem assina a nota oficial.

O grupo será formado sete dias antes da eleição no clube, que ocorre no dia 7 de novembro, e terá 30 dias para concluir os trabalhos. Deverá ser composta por dez membros. Gente de todas as alas do clube. A idéia é que tenham dois membros de cada conselho (Diretivo, Deliberativo e o Normativo) e outros três ainda não definidos.

De acordo com Souza, ao menos metade da equipe de investigação deverá ser formada por advogados para se evitar "arbitrariedades", deixar a auditoria "mais isenta".

Na edição de ontem da Gazeta do Povo, Miranda admitiu que recebeu dinheiro de empresários para realizar negócios "não catalogados" no clube. O dinheiro não passava pelo caixa paranista, ia direto para a conta bancária particular do dirigente e teria sido utilizada em gastos com sua campanha de reeleição, para pagar bicho aos jogadores e até "gorjetas que não podem ser contabilizadas".

Depois da publicação da matéria, o dirigente avisou a assessoria de imprensa do Tricolor de que não daria mais entrevistas e só voltaria a falar sobre o caso na Justiça. Em suas últimas declarações, teria dito que estaria morto para o Paraná Clube e o futebol paranaense.

A investigação deverá começar com uma análise apurada de todas as transações realizadas pelo dirigente, que sempre assinou sozinho todos os documentos pelo clube.

Entre as mais polêmicas, além da transferência de Thiago Neves, a cessão de 30% dos direitos federativos de Eltinho para a empresa Systema, de Léo Rabelo, e negócios envolvendo os jogadores Sandro e Gérson. Outra questão controversa seria a ida do atacante Cristian para o Palmeiras, no começo de 2005.

No fim, ainda deverá ser analisado o acordo do Tricolor, feito por Miranda com Léo Rabelo, no qual, de qualquer transação que envolva o time da Vila, 10% ficaria com o empresário carioca – mesmo que ele não tenha colaborado em nada com o negócio.

Após a análise da investigação, o Conselho Deliberativo afirma que irá "adotar as providências e medidas que forem julgadas cabíveis". Na prática, Miranda poderá ser denunciado judicialmente pelo clube. (MR)

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