Entre 19 de janeiro de 2011 e 21 de dezembro de 2012, a direção do Grêmio entregou R$ 1,1 milhão para líderes de torcidas organizadas. Mais de 85% do montante foi para os cofres da Geral, dividida no ano passado em dois grupos que se mantêm em guerra até hoje.

CARREGANDO :)

Documentos obtidos pelo jornal Zero Hora comprovam pela primeira vez que um clube gaúcho abasteceu torcidas com subsídios que, em média, passavam de R$ 45 mil por mês. O dinheiro era suficiente para que alguns expoentes da Geral abdicassem de trabalhar e vivessem à custa do repasse de verbas. Afinal, nunca a direção do Grêmio – comandada na época por Paulo Odone – exigiu qualquer prestação de contas ao entregar dinheiro vivo às torcidas. "O clube fomenta entre os líderes das torcidas uma disputa pelo dinheiro. E com frequência esses líderes apelam para a violência como forma de impor sua autoridade", afirma o promotor José Francisco Seabra Mendes Júnior, da Promotoria do Torcedor do Ministério Público do Rio Grande do Sul.

"Era a nossa forma de viver. Achávamos justo que uma parte da grana ficasse conosco, até para podermos nos sustentar", assume Cristiano Roballo Brum, o Zóio, 33 anos, que até o ano passado ocupava o posto de número 2 na hierarquia da organizada.

Publicidade

Desde que Fábio Koff assumiu o Grêmio, no fim do ano passado, o repasse foi cortado.