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Wellington Cirino: sorriso e vitórias na F-Truck voltaram na temporada 2008, e o tetra está próximo | Jonathan Campos / Gazeta do Povo
Wellington Cirino: sorriso e vitórias na F-Truck voltaram na temporada 2008, e o tetra está próximo| Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo
  • Após três anos sem vencer uma prova sequer, Wellington Cirino voltou a ganhar em 2008 e lidera campeonato
  • O piloto de Francisco Beltrão quer vencer em Curitiba para manter ponta da F-Truck e ver adversários longe do título

Maior campeão da história da Fórmula Truck, o paranaense Wellington Cirino vive um ótimo momento em 2008. O tricampeão venceu as últimas três corridas – Interlagos, Londrina e Campo Grande – e lidera o campeonato. Quem vê o piloto nascido em Francisco Beltrão, no interior do estado, sorrindo atualmente talvez não se recorde do turbulento período que Cirino viveu nos últimos três anos. Foi este o tempo em que nem títulos, nem vitórias vieram, e a vida esteve por um fio em uma prova em Londrina, em julho de 2005, ano da sua última conquista.

Em um acidente de grandes proporções, Wellington Cirino escapou da morte, porém conviveu nos últimos três anos com uma placa de platina de 35 centímetros e oito parafusos na perna esquerda. Além do físico, o emocional do piloto ficou abalado pelo acidente, o que refletiu na pista.

"Vivo meu melhor momento sem dúvida, até porque fiquei três anos sem ganhar corrida. Nunca parei de acreditar que voltaria a vencer, e sinto que este ano estou mais forte psicologicamente, mais preparado fisicamente também. Sempre mantive a fé e a vontade de continuar fazendo o que mais amo, que é correr", revelou Cirino, em entrevista à Gazeta do Povo Online.

No fim do ano passado, Cirino retirou a placa e os parafusos da perna, e isto parece ter "libertado" o paranaense e seu talento adormecido voltou a aparecer a bordo do seu caminhão Mercedes-Benz.

"Recebi um apoio muito grande da minha família neste tempo todo, e uma das coisas que mais estimulou a continuar foi o kart. Voltei a andar de kart, algo que não fazia há tempos, e estes treinos me ajudaram muito. Tirar tudo isso da minha perna também ajudou, porque o corpo entende que aquilo não faz parte dele", disse o piloto. "Cada vez que pisava na embreagem sentia aquele machucado, aquele trauma do acidente ficou no meu cérebro, e isto atrapalhava muito. Hoje não lembro mais do acidente a toda o momento, perdi um pouco do movimento, porém agora posso dizer que sou a mesma pessoa de antes da batida", complementou Cirino.

Inspiração de velhos ídolos

A retomada da carreira e do caminho das vitórias de Wellington Cirino também estão ligadas a dois velhos ídolos do piloto: Nelson Piquet e Ayrton Senna, brasileiros tricampeões de Fórmula 1. "Em Ímola, o Nelson sofreu aquele grave acidente e nem assim deixou de competir e vencer. Já o Ayrton capotou o carro em um treino, não me recordo o ano, e voltou correndo para os boxes para pegar o carro reserva. Essas duas coisas mostram que nós, pilotos, amamos este esporte, e não podemos deixar que o medo e o rancor nos atrapalhem. No meu caso a batida em Londrina afetou, mas tudo me ajudou a me tornar mais experiente e lidar melhor com isso".

Com a cabeça focada novamente nas vitórias, faltava a Cirino ter um caminhão à altura de fazer frente aos Volkswagens. Atendendo ao desejo do piloto, a equipe estreou na prova de Fortaleza o Mercedes-Benz Axor 2044. Esta foi a última etapa em que outro piloto que não o paranaense ficou no lugar mais alto do pódio.

"Tínhamos este projeto desde janeiro. Eu vinha correndo em um caminhão que não era do mesmo nível do Geraldo (Piquet, companheiro de equipe). Não fui bem em Fortaleza porque era a estréia, mas com a seqüência, dentro de um caminhão novo, com um chassi bem mais leve, com uma nova suspensão e o mesmo motor que já tínhamos, os resultados vieram", explicou.

O motor do Mercedes-Benz de Wellington Cirino também contribuiu para o jejum de três anos sem vitória do piloto na F-Truck. "Eu sempre esperava pela quebra, era uma constante. Testamos muito neste ano para que isto não ocorresse mais. Coloquei isso durante a negociação do contrato para este ano, o meu momento não era bom e a equipe também chega a um momento em que não acredita mais. É natural, se você não dá retorno. Mas eu corri atrás, melhorei a parte física e psicológica, e com um bom caminhão, o resultado está ai".

Tetracampeonato à vista?

Com uma vantagem de 18 pontos sobre Geraldo Piquet no campeonato – 123 contra 105 –, a três provas do fim da temporada 2008, Wellington Cirino prega respeito aos adversários, porém não esconde que, se o desempenho seguir o nesta nesta reta final, dificilmente o tetracampeonato escapará. "Sempre tenho o campeonato em mente, e depois desta terceira vitória seguida estou com os pés bem firmes sobre as chances de título. Vários pilotos ainda tem chances de brigar, temos o Geraldo, o Felipe (Giaffone), o (Valmir) Benavides, o Roberval (Andrade), então nada está definido. Se eu conseguir vencer em Curitiba, creio que, pelo menos o vice-campeonato estará garantido", assegurou o piloto.

Sobre a prova deste fim de semana no Autódromo Internacional de Curitiba, Cirino acredita no retrospecto que possui correndo "em casa". "Sempre tivemos um acerto muito bom aqui. A fase é muito boa, na pista seca o caminhão é bastante competitivo, e com piso molhado estamos evoluindo" explicou, mostrando experiência quando o assunto é a inconstância do tempo na capital paranaense. Se o tetra está perto, outras marcas importantes a serem quebradas na temporada servem como combustível extra a Cirino.

"Ainda não venci em Brasília (última etapa do ano). Quero tentar ganhar lá neste ano. Relembrando a minha carreira, acho que nunca venci quatro provas seguidas, então, vamos ver se ganho em Curitiba para ter mais esta marca", concluiu, confiante.

Os primeiros treinos livres acontecem nesta sexta-feira, e as tomadas de tempo acontecem neste sábado, a partir das 15h, com transmissão ao vivo pela internet no site oficial da F-Truck. A etapa de Curitiba acontece no início da tarde deste domingo, às 13h20.

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