Ele não consegue rezar as cinco vezes por dia em direção a Meca, mas todas as sextas-feiras vai a uma mesquita, esteja no Brasil ou em qualquer outro lugar. Paranaense de Matinhos, Jihad Kohdr está muito perto de se tornar o primeiro surfista muçulmano a integrar a divisão de elite mundial (WCT). Nesta semana, já sente o gostinho do WCT: disputa como convidado a etapa brasileira, em Florianópolis (SC).

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Jihad só teve problemas pelo fato de ser muçulmano uma única vez, em 2001, logo após os atentados de 11 de setembro, quando ia para as etapas havaianas da divisão de acesso mundial (WQS).

- Eu conversei com os policiais e eles me liberaram. Não fiquei chateado. Eles estavam traumatizados.

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Para manter as tradições, o surfista seguidor do Alcorão conta com a ajuda do pai, Kohdr. Antes de qualquer viagem do filho, ele checa onde há mesquitas e comunidades muçulmanas. E o país em que Jihad tem mais facilidade é a Indonésia, islâmica.

O paranaense está em 11º no ranking WQS, que classifica 15 surfistas ao WCT. Para assegurar a vaga, precisa passar duas baterias em uma das duas últimas etapas do Circuito, em Haleiwa ou em Sunset, no Havaí.

Ele deu o chamado "pulo do gato" quando chegou ao Brasil. Estava em 25º e obteve dois terceiros lugares, nas etapas de São Paulo e de Santa Catarina.

- Estou com 8849 pontos e tenho que a 9000 para não ter que depender dos resultados dos outros para me classificar- conta.

Ele já sonha com o dia em que poderá competir nas melhores ondas do mundo, como as das Ilhas Fiji, palco de uma das etapas do WCT.

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- O primeiro ano vai ser uma experiência para mim. Espero evoluir - disse Jihad, que perdeu sua bateria de estréia em Florianópolis e vai ter de disputar a repescagem.