| Foto: Miguel Medina/AFP
Ouça este conteúdo

O jogo de ida das oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa entre Atalanta e Valencia, disputada no estádio Giuseppe Meazza, em Milão, no dia 19 de fevereiro, contribuiu para a propagação do novo coronavírus (covid-19) na cidade de Bérgamo, na região da Lombardia, uma das mais afetadas pela doença na Itália.

CARREGANDO :)

Giorgio Gori, prefeito de Bérgamo, afirmou em transmissão ao vivo nas redes sociais que cerca de 40 mil torcedores que viajaram a Milão podem ter se contaminado de forma coletiva.

"O jogo foi uma bomba biológica. Naquela época, não sabíamos o que estava acontecendo. O primeiro paciente na Itália surgiu em 23 de fevereiro. Se o vírus já estava em circulação, os 40 mil torcedores que foram ao San Siro foram infectados. Ninguém sabia que o vírus estava circulando entre nós", afirmou Gori.

Publicidade

>> Tempo real: acompanhe as consequências do coronavírus no esporte

Na ocasião, a partida foi transferida do estádio Atleti Azzurri d'Italia, onde o Atalanta manda os seus jogos, para o Giuseppe Meazza, em Milão, que tem maior capacidade de público. A partida foi histórica. A equipe italiana goleou o Valencia por 4 a 1, o que inflou aglomerações durante e depois do término do duelo. "Muitos assistiram ao jogo em grupos e houve muito contato naquela noite. O vírus foi transmitido de um para o outro", disse o prefeito.

O primeiro caso de infecção pelo covid-19 na cidade de Bérgamo aconteceu na mesma semana do duelo entre as equipes italiana e espanhola. Desde então, a Lombardia tem registrado um índice alarmante de óbitos. São mais de 500 mortes confirmadas por dia. Outro fator preocupante é que um terço do elenco do Valencia está contaminado pelo novo coronavírus.

Apesar da suspeita, autoridades italianas apontam que o estopim para o contágio entre os cidadãos de Bérgamo tenha ocorrido no hospital Alzano Lombardo. "O jogo foi um fator, mas o hospital é a explicação mais plausível. Não sabemos exatamente quando, mas um dia um paciente apareceu com pneumonia e os sintomas não foram reconhecidos. O paciente estava junto com outros pacientes, que se infectaram, assim como médicos e enfermeiros", explicou Gori.

A Itália registra mais de 69 mil casos do novo coronavírus e mais de 6.800 pessoas já morreram em decorrência da doença. O país é o atual epicentro da infecção global e só perde para a China, que contabiliza mais de 81.000 casos.

Publicidade

Leia Também: