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O goleiro Júlio César diz que passou a se conhecer melhor depois do fracasso na Copa do Mundo de 2010, quando vivia boa fase | Sergio Moraes/Reuters
O goleiro Júlio César diz que passou a se conhecer melhor depois do fracasso na Copa do Mundo de 2010, quando vivia boa fase| Foto: Sergio Moraes/Reuters

Primeira grande chance para boa parte da seleção, a Copa das Confederações guarda significado diferente para Júlio César. Jogador mais velho do grupo brasileiro, com 33 anos, o goleiro busca recomeçar com a camisa verde e amarela. Defendendo as traves na terra natal, o camisa 1 quer se livrar de uma imagem que ainda está na cabeça de todo mundo. Inclusive a dele mesmo.

Quartas de final da Copa da África do Sul, em 2010. Sneijder cruza na área, Júlio César vacila ao sair da meta, a bola raspa em Felipe Melo e entra. Gol de empate da Holanda: 1 a 1. Depois, os holandeses ainda virariam o confronto, aniquilando o sonho do hexa.

A frustração não poderia ter vindo em momento pior para o carioca. Naquela temporada, o arqueiro havia sido faturado a Liga dos Campeões, com a Internazionale. Ainda foi eleito o segundo melhor goleiro do mundo, atrás do espanhol Iker Casillas, do Real Madrid.

"O exemplo que eu tirei disso tudo é que, quando as coisas estão muito bem, quando você é sempre elogiado, você não se preocupa muito, tudo acontece naturalmente", afirma o atleta, atualmente no inglês Queens Park Rangers.

Assimilado o duro golpe, Júlio César conta como se recuperou. "Na adversidade pude me conhecer melhor. Ver o quanto eu era forte para superar aquilo. Tem um filme do Rocky [Balboa, boxeador personagem de Sylvester Stallone no cinema] em que ele fala para o filho que a vida não é um arco-íris e que não importa o quanto ela vai te bater, é preciso ser forte para suportar. Eu me apego nisso até hoje".

E entre tudo o que passou desde o fatídico lançamento na área em Porto Elizabeth, o goleiro enxerga a seleção brasileira como sua maior motivação. "Em termos de clube, atuei nove anos na Europa e ganhei todos os títulos. O Brasil é o que me move agora."

Apenas um ano depois do mundial africano Júlio César voltou a frequentar as convocações da seleção. Mas foi pouco chamado pelo técnico Mano Menezes. Disputou espaço com outros 12 goleiros: Jefferson, Renan, Victor, Diego Alves, Gomes, Gabriel, Neto, Fábio, Rafael, Cássio, Renan Ribeiro e Diego Cavalieri.

Mas, com a demissão de Menezes, e o retorno de Luiz Felipe Scolari, logo recuperou o espaço que um dia foi só seu. Participou de amistosos no início do ano e viu seu nome na lista dos 23 jogadores para a Copa das Confederações.

"Tracei um projeto de retornar à seleção. Ainda tenho o sonho de ser campeão do mundo. Participei de duas Copas e saí nas quartas de final. Tenho um ano para continuar jogando e participar do grupo. Já estou com 33 anos e é minha última oportunidade", avalia.

Para o confronto com a Inglaterra, amanhã, às 16 horas, na reabertura do Mara­­canã, Júlio César já garantiu a titularidade. Jéfferson e Diego Cavalieri são os reservas.

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