A oposição do Coritiba foi tomada pelo desespero. Sem rumo após a decisão do Tribunal de Justiça do Paraná, que manteve a suspensão da assembléia geral de sócios do clube que votaria a cassação do presidente Giovani Gionédis, hoje, a partir das 19 horas, na Sociedade Thalia, os líderes do grupo caminham para lados contrários.
Enquanto o membro do Conselho Administrativo alviverde, Luís Guilherme de Castro, rompido com a situação desde o começo do ano passado, fala na manutenção de uma espécie de assembléia pirata, o presidente do Conselho Deliberativo, Júlio Góes Militão da Silva, agora atenua o discurso.
"Respeito a decisão judicial. Aguardarei o prosseguimento do processo, cujo mérito ainda será julgado pela sexta Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Paraná. A manifestação é coisa da torcida e não tem o meu apoio. Até já encaminhei um ofício à Sociedade Thalia liberando o salão", afirmou Militão.
Mesmo sem o aval do poder legislativo coxa-branca, torcedores e conselheiros prometem comparecer ao Thalia para protestar contra a administração Gionédis. "Iremos lutar até o fim. O juiz pode reconsiderar a decisão até amanhã (hoje)", disse Castro. "A assembléia acontecerá. E para nós terá validade", reforçou Edson Fink, presidente do Movimento Unido Coritibano (MUC).
A esperança da ala contrária a Gionédis é que o mesmo juiz substituto, Humberto Gonçalves Brito, aprecie ainda nesta quarta-feira o pedido de reconsideração impetrado ontem pelo advogado do ex-presidente Evangelino da Costa Neves, Raul Rangel, e revogue a decisão anterior. Rangel acrescentou aos autos o processo criminal por falsificação e falsidade ideológica que move em nome de Evangelino contra Gionédis o ex-presidente alega não ter assinado o documento que comprovaria a licença dos nove integrantes da antiga Diretoria Executiva no dia 2 de dezembro de 2005, permitindo à chapa votar no pleito de três dias depois, vencido pela situação por um voto de vantagem.
Mas, de acordo com o que apurou a Gazeta do Povo, as chances de o magistrado rever o despacho são mínimas. "O doutor Humberto tem 48 horas a partir da data de recebimento para apreciar a questão e dar o seu veredicto", resumiu o assessor Kléber Ciriaco. O juiz alegou não estar autorizado a conceder entrevistas. "Acho muito difícil, para não dizer impossível, que um juiz volte atrás de uma decisão tomada por ele próprio", comentou o advogado de Gionédis, Fernando Barrionuevo.
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