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Um dos líderes das Forças de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) negou a autoria do ataque à delegação do Togo, ocorrido na sexta-feira, e previu mais violência em Angola, país que sedia a Copa Africana de Nações a partir deste domingo.

Tiburcio Tati Tchingobo, ministro da defesa do autodeclarado "Estado Federal da Cabinda", uma das províncias de Angola, disse que a FLEC não é a responsável pelo ataque que matou três integrantes da delegação togolesa. Na sexta-feira, o ônibus da seleção foi metralhado quando cruzava a fronteira da República Popular do Congo com Angola.

O atentado gerou repercussão mundial e assustou jogadores africanos e clubes europeus, que terão atletas na Copa Africana. Os jogadores de Togo chegaram a anunciar que disputariam a competição, para honrar os três mortos, mas a delegação deverá deixar Angola ainda neste domingo, a pedido do governo togolês.

Tchingobo também mostrou preocupação com a segurança do país e disse que a FLEC não tem restrições à disputa da competição. "O torneio poderá ter sequência, mas estamos preocupados com a segurança. Não temos nenhum problema com nossos irmãos e companheiros da África", afirmou o integrante do grupo separatista.

No entanto, Tchingobo vê ameaças aos jogos que serão disputados em Cabinda. No sábado, o "Estado Federal da Cabinda" divulgou comunicado criticando a decisão da Confederação Africana de Futebol (CAF) de realizar partidas na província. Para o grupo, a CAF foi irresponsável por ter ignorado os avisos dos separatistas de que não deveria haver jogos na região.

Neste domingo, Tchingobo criticou o governo de Angola, que teria atribuído o atentado à FLEC. "Foi uma manipulação do governo angolano para manchar o nosso nome e nos transformar em terroristas", declarou. Ainda na sexta-feira, agências internacionais noticiaram que a FLEC havia reivindicado a autoria do ataque à seleção de Togo.

As informações desencontradas podem ser explicadas pelas divisões dentro do próprio grupo separatista. Diferentes facções costumam reivindicar ações dentro da província de Cabinda, sem o respaldo da entidade.

Essa divisão estaria enfraquecendo a FLEC. No entanto, anúncios do governo angolano de que o grupo estaria sufocado, pela força ou via negociações diplomáticas, costumam ser seguidos por novos atentados violentos.

Para Tchingobo, o ataque à delegação togolesa poderá gerar uma nova onda de violência no país ao fim da Copa Africana de Nações. "Angola deveria reconhecer que nós somos um estado soberano. Eles deveriam fazer as malas e ir embora daqui", declarou.

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