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 | David Mdzinarishvili/ Reuters
| Foto: David Mdzinarishvili/ Reuters

"É como um Rolls Royce coberto de poeira". Esta foi a definição disparada pelo ex-jogador Diego Armando Maradona sobre a seleção de futebol da Argentina. Maradona, que seria oficializado como o novo técnico nesta terça-feira pela Associação de Futebol da Argentina (AFA), considera que seleção é como um carro de luxo, com grande potencial, mas com baixo rendimento, já que não está sendo usada devidamente. Segundo "El Diez" (O Dez), "é preciso fazer uma limpeza" na seleção.

Maradona, que será acompanhado pelo ex-técnico Carlos Bilardo na administração da seleção, já deixou claro que o chefe supremo é ele próprio: "Seremos os chefes. Mas, as decisões passarão por minhas mãos".

Na sexta-feira, a previsão era que Maradona partiria para a Europa no sábado para entrar em contato com jogadores argentinos que atualmente trabalham em times do Velho Continente. No entanto, ele optou por ficar em Buenos Aires e esperar sua apresentação oficial. Ele também aproveitará os dias na capital argentina para escalar os jogadores que participarão do jogo, dia 19 de novembro, contra a seleção da Escócia, em Glasgow. Será estréia de Maradona como técnico.

Negócios

Quando o técnico Alfio Basile anunciou semanas atrás que renunciava à seleção por causa da inesperada derrota perante a seleção do Chile, pelas Eliminatórias, Maradona não perdeu tempo para anunciar que era candidato à sucessão do cargo de técnico. "Seria o sonho de minha vida", afirmou.

No entanto, as pesquisas realizadas ao longo da última semana indicaram que o agradecimento pelo desempenho nas Copas de 1986 e 1990 não se transfere à designação como técnico. De 70% a 90% dos argentinos consideraram que a escolha de Maradona foi um erro crasso.

Mas, na contramão dos desejos dos torcedores, a designação de Maradona contou com a inesperada bênção dos cartolas da Associação de Futebol da Argentina (AFA), especialmente a de Julio Grondona. O ex-jogador e o homem que comanda a AFA há mais de um quarto de século tiveram uma péssima relação ao longo das últimas duas décadas. Mas, desde as Olimpíadas de Pequim, a relação entre ambos melhorou de forma acelerada, e Maradona deixou de lado as críticas que costumava fazer contra o establishment do futebol argentino e internacional.

Paralelamente, a diretoria da AFA teria concluído que a designação de Maradona seria uma grande oportunidade para negócios. Segundo a revista "Veintitrés", de Buenos Aires, o valor de contar com a seleção em um amistoso futuro superou a cotação existente na época do ex-técnico Alfio Basile, passando de US$ 500 mil para US$ 700 mil por encontro.

Bilardo anunciou que tem um plano para armar uma seleção com os jogadores que estão no país, de forma a realizar amistosos nas cidades argentinas, e assim, conseguir receitas adicionais. Os analistas sustentam que o nome de Maradona, conhecido em todo o mundo, proporcionaria grandes lucros para a seleção argentina.

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