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O desentendimento público com José Roberto Guimarães cansou Bernardo Rezende. Ao participar de um debate sobre jornalismo esportivo, na exposição da World Press Photo, em Curitiba, na quinta-feira à noite, o técnico mostrou-se muito contrariado ao comentar o assunto. "Não tenho nada a dizer sobre ele (Zé Roberto) e sobre isso. Se ele tem algum motivo, que explique", declarou, antes de sentar-se à mesa de discussão.

Curiosamente, durante a mesa-redonda, Bernardinho revelou estar vivendo um "dilema de exposição", e afirmou que "só vale a pena se expor à imprensa por um bem social", dois possíveis reflexos do recente bate-boca público.

A encrenca começou quando Zé Roberto insinuou que Bernardinho exerceu má influência sobre a seleção feminina na Olimpíada de Atenas, em 2004, quando o Brasil ficou em quarto lugar. Tudo por ele ter supostamente analisado um DVD entregue pela esposa, Fernanda Venturini, levantadora da seleção, contendo uma partida da equipe.

"Isso não é verdade", rebateu. Recentemente, a troca de acusações entre os dois treinadores das seleções de vôlei do Brasil terminou por envolver pessoalmente Venturini, que, naturalmente, saiu em defesa do marido Bernardinho.

Para o comandante do time masculino, a figura do técnico-marido – criticada por Zé Roberto, numa referência aos parentes que dão palpites sobre o time – é algo que não existe. "Até a Olimpíada eu tinha um bom relacionamento com ele. E prefiro nem comentar muito sobre isso. Na vida as pessoas têm de assumir suas responsabilidades", afirmou. Para completar, em seguida: "É um assunto que só faz mal ao esporte."

O conflito exposto por Bernardinho em decorrência da confusão recente certamente também é originado por outros episódios polêmicos envolvendo o técnico e os meios de comunicação. Em 2003, por conta da punição do atacante Giba, da seleção brasileira, flagrado no exame antidoping por uso de maconha, Bernardinho contestou o trabalho da imprensa.

O técnico disse ter revelado a um repórter que Giba fumava escondido, no caso, cigarro comum, e não maconha, como foi publicado em matérias nos jornais.

No ano passado, ele atacou novamente os jornalistas num caso semelhante. A jogadora Estefânia, comandada sua no Rexona-Ades, também foi pega no dopping pelo uso de maconha. Um caso que, segundo o técnico, não deveria ter sido divulgado. "Pena que só falaram dela depois disso. Antes, ninguém havia se interessado em saber como foi a trajetória e como é a vida dessa menina", disse, à época.

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