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Entrevista com Maximiliano Ribeiro Deliberador, promotor de Justiça.

Em mais uma tentativa de diminuir a violência nos estádios de Curitiba, o Ministério Público (MP-PR) voltou a se reunir, ontem, com as organizadas dos clubes da capital. O órgão manteve a linha de não radicalizar, descartando a extinção das uniformizadas. A ideia é acabar com as ramificações, chamadas de comandos, que, na visão do MP, são os principais responsáveis pelos tumultos causados em dias de jogos.

O MP defende ainda um novo cadastramento dos torcedores organizados (em fase de estudos) e o funcionamento de um plantão do Juizado Especial Criminal durante as partidas. A Gazeta do Povo conversou com o promotor Maximiliano Ribeiro Deliberador.

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Qual o resultado prática de mais uma reunião do MP com as organizadas?

A reunião foi extremamente importante. Pudemos definir qual o futuro das organizadas. A primeira conclusão a que chegamos é que é melhor um grupo organizado do que identificar um grupo desorganizado. Optamos por fazer um cadastramento dessas pessoas, com nome, endereço, foto... para ter um controle muito maior. Só vai poder entrar no estádio caracterizado como torcida organizada quem estiver cadastrado. A ideia também é limitar um espaço apenas para essas pessoas na arquibancada.

A ideia de extinguir as organizadas está descartada?

Isso é uma ideia imediatista. Neste momento caminhamos em outra direção. E quem diz isso são pesquisadores, como a socióloga da Unicamp Heloísa Reis, não o MP.

O grande problema não é a torcida em si, mas sim os comandos, que, no caso do Coritiba, acabam tendo mais força do que a direção central. Na eleição para presidente, por exemplo, eles respondem pela maioria das 11 pessoas que têm direito a voto. Isso precisa acabar.

O que pode ser feito em relação aos comandos, já que não funcionam como uma associação regulamentada?

Estamos batalhando para acabar. Como comandos, não entram no estádio. No nosso TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) suge­­rimos uma série de alterações esta­­tutárias para as torcidas. Se eles (os comandos) quiserem existir, que se regularizem como uma torcida.

Normalmente os problemas em relação aos comandos se dão longe dos estádios...

Fora do estádio serão tratados com o rigor da lei penal.

O MP vai promover alguma ação individual contra os torcedores, para que, depois de sair da cadeia, não voltem mais aos estádios?

O Juizado Especial Criminal já está tomando providências.

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