Campeão mundial em 2014, Gabriel Medina é o destaque da Brazilian Storm no surfe| Foto: EFE/

Após a conquista do título Mundial por Gabriel Medina em 2014 e da vitória de Filipe Toledo na primeira etapa da competição este ano, o desempenho dos surfistas brasileiros na competição vem recebendo cada vez mais destaque.

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Na sexta-feira (27), o jornal norte-americano The New York Times publicou uma reportagem sobre os motivos do sucesso da chamada Brazilian Storm (em português, Tempestade Brasileira), referência aos jovens brasileiros que chegaram ao circuito mundial masculino. Este ano, sete dos 34 atletas são do país.

Para o jornal, as mudanças na economia brasileira têm influência direta no recente crescimento no surfe. Para atingir o alto nível exigido nas competições, os atletas precisam viajar para os picos tradicionais como Havaí, Indonésia ou Taiti. Durante os períodos de instabilidade econômica, essas viagens, porém, tornaram-se inacessíveis para boa parte da população.

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Para os que conseguiam viajar, o inglês ruim e a pouca experiência internacional pesavam contra. Uma reputação negativa logo começou a acompanhar os que chegavam, vistos como barulhentos, antipáticos e agressivos, sem se importar com a etiqueta do surfe. Esse estereótipo manteve os atletas longe dos fãs e de conquistar espaço na mídia especializada.

A propagação da venda artigos falsificados de surfe no Brasil também irritou os executivos das marcas que investem no esporte. De acordo com a reportagem, o pouco apoio do país para combater essa prática afastou os patrocinadores dos atletas.

A geração atual, no entanto, já conta com esse suporte e tem mais acesso às ondas internacionais para se desenvolver. E o sucesso de Gabriel Medina, campeão mundial em 2014, só abre caminho para os jovens da “Tempestade Brasileira”.

Anjo surfista

No entanto, o contexto atual de recessão econômica pode prejudicar a continuação dessa geração. Caso o cenário continue, os brasileiros podem apelar para forças maiores. O jornal lembra que em janeiro o Vaticano autorizou os padres do Rio de Janeiro a reunir evidências de santidade para a beatificação do padre Guido Schaffer. O religioso, que também se dedicava ao surfe, morreu afogado em 2009, aos 34 anos, ao surfar na praia da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade.

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Schaffer é conhecido na cidade como “anjo surfista” e alguns milagres já foram atribuídos pela população ao seu nome.