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Vídeo | Reprodução Rede Globo
Vídeo| Foto: Reprodução Rede Globo

São muitos os personagens curiosos que habitam o universo do futebol amador. Ir ao bairro acompanhar uma partida é voltar ao passado e reviver o tempo "romântico" do futebol profissional, hoje sufocado (para o bem e para o mal) pela modernidade. Alguns personagens da Suburbana, de tão típicos, formam categorias bem definidas: o boleiro aposentado, o rato, o figurão, destaques dentro das quatro linhas; e, nas arquibancadas, o ferrenho torcedor de quintal.

Lauro Guedes Fialho, o Laurinho, 32 anos, é representante legítimo da primeira categoria de tipos do futebol suburbano. Fez longa carreira como jogador profissional e, chuteiras penduradas, atualmente mata a saudade vestindo a camisa do Capão Raso. "É um jogo diferente, mais pegado, mas me adaptei bem", revela o boleiro aposentado.

O ainda atacante começou no Coritiba (1992 a 95), passou pelo Rio Branco, São Carlense-SP e Sinop-MT, acabou na Guatemala, Honduras e Costa Rica. Cansou, parou "na boa" e voltou à normalidade arranjando um emprego convencional. A transição foi tranqüila, tanto que, a princípio, resistiu ao convite para a Suburbana. "Agüentei até que o Liferson (companheiro de Capão), meu amigo, me chamou", aponta Laurinho, funcionário da área de segurança da Nutrimental no dia-a-dia.

Outra galeria manjada é a dos ratos de Suburbana. Meninos que chutaram bola pelo bairro, cresceram, arranjaram emprego e, ao mesmo tempo, foram integrando equipes de juvenil, juniores até que, finalmente, passaram a representar a equipe adulta e oficial da rua de casa. Amauri "Cabelinho" Sourient, 33 anos, há 12 no amador, é um caso que foge à regra, e que por isso dá a dimensão de como as coisas funcionam.

Sem espaço no Vila Hauer, "traiu" a vizinhança e se bandeou para o rival Vila Fanny, onde construiu sua história. "O amador mudou muito desde que comecei, em 1995, mas ainda é charmoso. Meus colegas até hoje pegam no meu pé por jogar no Fanny", comenta o atacante.

Fechando as figurinhas carimbadas em campo vem o chamado figurão. Um personagem que mistura frustração na carreira como atleta profissional e a vida normal bem sucedida. Emprego fixo, faculdade e a paixão pelo esporte são suas principais características.

"Brincam comigo dizendo que sou filho de rico. Mas quando a bola rola é todo mundo igual, e eu já provei meu valor", declara Fernando Panissa, 26 anos, formado em Farmácia (trabalha na farmácia da família) e Educação Física. Zagueiro do Combate Barreirinha, para Fernando o futebol nunca foi um ganha-pão, mas vida feliz, só correndo atrás da bola. "É uma paixão e um hobby".

E no cimentão, na grama, no barranco, confortavelmente instalados em caixas de papelão, estão os torcedores de quintal. "Moro há quatro quadras do campo do Bairro Alto e vou em todos os jogos e treinos", avisa Edmundo Kovalek, 35 dos 53 anos dedicados ao clube. "Por ter os amigos, a convivência, a torcida pelo time do quintal de casa é muito mais gostosa", revela o Antena (por ser magro e alto), nas horas vagas torcedor do Paraná.

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