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Punidos até o fim do Estadual pensam em levar tevê e lanche nos próximos jogos. | Daniel Derevecki/ Gazeta do Povo
Punidos até o fim do Estadual pensam em levar tevê e lanche nos próximos jogos.| Foto: Daniel Derevecki/ Gazeta do Povo

Devido a punição anunciada na última quarta-feira, ontem foi a vez de pôr para funcionar a "geladeira" de maus torcedores no Paraná. Nove atleticanos – detidos antes do Atletiba (1º/2), numa confusão no terminal de ônibus de Pinhais – tiveram de trocar as arquibancadas da Baixada por uma sala na 6ª Companhia da Polícia Militar, em Pinhais. Os outros 16 envolvidos no tumulto ainda aguardam audiência, marcada para o dia 3.

"Dói mais ficar aqui do que apanhar da polícia", disse um dos punidos. Eles permitiram que a reportagem da Gazeta do Povo acompanhasse o castigo desde que não tivessem seus nomes revelados. "Essa hora está todo mundo vendo o jogo ‘às pampa’ e nós trancados", completou.

A decisão inédita no estado foi tomada pelo Juizado Especial Criminal de Pinhais. O órgão utilizou o artigo 39 do Estatuto do Torcedor. A validade é até o término do Paranaense.

Sempre que o Furacão atuar em Curitiba, pelo Estadual, eles terão de comparecer ao batalhão e lá permanecer enquanto a bola rolar. Falta não justificada – há a possibilidade de "escapar" caso comprovada a necessidade de estudar ou trabalhar – e o processo na Justiça é retomado.

"Não adianta nada. Nós estamos aqui, e aí? Muda alguma coisa?", comentou um deles. "Acho perfeito, vai servir para ‘uns loucos’ pensarem, pois ninguém quer ficar de fora do estádio", discordou outro. Todos os detidos pertencem à torcida organizada Os Fanáticos, zona leste.

Mas a polêmica não ficou somente na real efetividade do castigo. Eles alegaram ter entrado de "laranjas" na história, apesar de admitirem não serem "santos".

"A gente estava indo para o terminal (de Pinhais) e fomos recebidos com pedras, garrafas, etc. Como estávamos perto do batalhão, levamos a pior. A prova que teve algo errado é o fato de nenhum coxa ter sido preso".

Unanimidade mesmo só na amolação por ficar mais de duas horas em volta de uma mesa – aliviada pela vitória do Rubro-Negro, que eles puderam ouvir no rádio do celular de um deles e comemorar, discretamente. "É muito chato e ainda vamos ter de aguentar tiração de sarro".

Para a situação ficar mais amena nas próximas "trancas", eles pensam em conseguir uma televisão e levar comida para passar o tempo. "E podia rolar um fumódromo, também...", sugere um torcedor mais ousado.

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