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Tricolor é "cavalo paraguaio"?

Pintado também comentou a descrença que os triunfos do Paraná geram na imprensa nacional, sobretudo do eixo Rio-São Paulo.

"Pra mim, pra esse grupo que tenho trabalhado, em nenhum momento tivemos dúvida das forças que temos. Quem rotula equipe como "cavalo paraguaio" é a imprensa e outras pessoas. Respeitamos isso, cada um tem a sua opinião. Ao mesmo tempo a motivação maior é saber das nossas forças, nunca pensando em ser motivados por notícias e rótulo ruim. Quem está no Paraná tem que trabalhar acima dos 100% para mostrar força, para chegar onde podemos e ganhar o respeito das pessoas que fazem comentários ingênuos. Eu particularmente queria entender algumas análises que são feitas, mas a imprensa paulista e carioca, infelizmente, são bairristas, sinto muito falta de informação, algo que encontramos em qualquer lugar. O importante é que a imprensa paranaense reconhece o valor do Paraná, sabe do trabalho sério que está sendo feito. De quem não tem as informações certas, eu não espero que falem bem.

Há quase um mês no comando do Paraná Clube – exatos 25 dias –, Luiz Carlos de Oliveira Preto, o Pintado, mostra muita confiança e otimismo no futuro paranista neste Campeonato Brasileiro, no qual o Tricolor é o quarto colocado, com 10 pontos (apenas um atrás dos líderes Vasco, Botafogo e Corinthians). O então substituto de Zetti no comando técnico já colecionou, após quatro partidas na equipe, duas vitórias, um empate e uma derrota.

Ao sucesso pelo aproveitamento de 58,8% neste início de trabalho, Pintado prefere apontar para os números, e elogiar o elenco do Paraná, responsável pelo ataque mais positivo do Nacional depois de cinco rodadas (13 gols), além do artilheiro do torneio (Josiel, com sete gols). Diretamente de sua casa, em São Paulo, Pintado falou por telefone à Gazeta do Povo Online.

O treinador não esteve presente na reapresentação dos jogadores nesta segunda-feira (11) por conta de um compromisso, a formatura de sua filha. Mas a partir de terça-feira (12), o técnico retorna com força total para preparação visando o confronto diante do Corinthians, no sábado (16), às 18h10, no Estádio Morumbi. Confira a entrevista.

Com quase um mês de clube, qual a sua análise do seu trabalho feito no Paraná até aqui?

Olha, sou um cara realista, com os pés no chão. Acho que os números falam muito do que tem sido esse inicio de trabalho, em 3 jogos, conseguimos pontos importantes, duas vitórias fora de casa, dificílimas. Contra o São Paulo, eu acho que foi uma situação clara pra todos, o problema ficou óbvio, envolvendo a arbitragem, por isso acabamos não somando pontos. Em um (Campeonato) Brasileiro difícil como esse, o Paraná se manter nas primeiras colocações, com esses problemas extras, nos colocamos em quarto, e esse é um grande objetivo nosso. É a equipe que mais anotou gols, é um item importante, e estamos no caminho certo.

A campanha do time é muito boa após cinco rodadas, com o melhor ataque e o artilheiro da competição. Porém, a defesa é uma das piores, tendo tomado o mesmo número de gols do que o lanterna América-RN (nove). A proposta ofensiva adotada pela equipe seria a causa disso? E como resolver esse "calcanhar de Aquiles" paranista?

Não tenha dúvida que (a defesa) é grande preocupação minha. Nessas duas últimas semanas eu trabalhei muito a parte ofensiva, pela qualidade e velocidade desta equipe. Quando você faz muitos gols, quer dizer que você está mais próximo da vitória. Mas temos que melhorar, temos que pressionar o adversário na questão da marcação. Não vou computar gol contra o São Paulo, na verdade não quero tocar nesse assunto, a diretoria está responsável por tomar as medidas cabíveis. A nossa equipe tem esse poder ofensivo, que é um fator importante, e desta forma fica vulnerável, por isso precisamos equilibrar o time.

No quesito marcação, o que faltou ao Paraná em Recife?

Quando falamos da parte defensiva, procuro falar do time como um todo, porque quando perdemos a bola, os nossos atacantes são os primeiros defensores, eles têm que colaborar. Em três bolas alçadas na nossa área, tivemos dificuldades. Ao mesmo tempo em que a nossa equipe ataca muito bem, com qualidade, precisamos melhorar a postura da defesa na mesma proporção. É o que eu quero dizer com equilibrar o time.

No último jogo, você comentou que faltou experiência ao time para manter um resultado de 4 a 2. Mas o Tricolor contou com jogadores experientes, como o Daniel Marques, Neguette, Márcio Careca, Beto, só para citar alguns. Deixar uma vitória como aquela não teve mais a ver com falta de tranqüilidade, ou ainda de uma marcação mais forte, sobretudo em cima do Acosta e do Marcel após o quarto gol?

Isso também é um fator, mas não analiso a equipe apenas pelo jogo contra o Náutico. Por ser uma equipe jovem, que tem alegria, sempre buscamos o gol, e com isso acabamos nos expondo de uma maneira que oferece ao adversário nos contra-golpear, nos pegar desprevenidos defensivamente. Acredito que a experiência é necessária. Dentro de um jogo, temos que ser mais "malandros". É claro que os históricos desses jogadores conta, mas é o tempo de trabalho, as situações que você vive no futebol é que lhe dá experiência.

O goleiro Marcos Leandro esteve envolvido naquele lance polêmico contra o São Paulo, e em Recife acabou não conseguindo impedir dois gols tidos como defensáveis. Você acha que ele vem sentindo essa responsabilidade de substituir o Flávio?

Contra o Náutico, no início, ele fez duas defesas importantes, que nos ajudaram sair na frente depois. Contra o São Paulo mesmo, fez duas defesas importantes. Não avalio desempenho de goleiro por uma partida ou por um gol sofrido. Substituir o Flávio é uma responsabilidade, tem peso, e o Marcos tem a minha confiança. Ele está trabalhando muito para nos ajudar, e eu aposto muito nele.

E a situação do Flávio, ele estará apto a retornar diante do Corinthians?

Ele segue em tratamento, e eu não quero ser apressado em resolve isso, até porque é contusão muscular, se você exigir e o atleta não estiver 100%, pode agravar a lesão. Vamos aguardar e durante o trabalho da semana definir a equipe. Se estiver 100%, vai para o jogo.

O próximo adversário do Paraná, o Corinthians, está logo à frente na classificação. Alguma estratégia especifica para enfrentá-los no Morumbi, ou o Paraná vai manter a mesma postura dos últimos jogos, com muita ofensividade e sempre em busca do gol?

Isso é algo que temos trabalhado muito, jogar da mesma forma dentro e fora de casa, com a mesma agressividade. Estamos seguindo nesse ritmo, sempre mais perto da vitória nos jogos. Vamos enfrentar uma grande equipe em São Paulo, é sempre difícil, eu conheço bem a força da torcida do Corinthians, mas espero conseguir surpreender com alguma coisa, vou preparar algo para o jogo durante a semana.

Alguns jogadores estão voltando de contusão, como o Joélson, e outros entraram muito bem no time, como é o caso do Vandinho. Você irá fazer algumas mexidas nesse time para encarar o Corinthians?

Vou alterar, alguns atletas estão em momento muito bom, e isso não quer dizer que quem sai está mal. Tenho mais de 11 titulares, e isso é importante pra mim e para o Paraná. Durante os treinamentos da semana vou.

Pelo que você tem acompanhado neste Brasileiro, pelas outras equipes, qual os objetivos e possibilidades do Paraná na competição?

Estamos sempre somando pontos, e só não somamos contra São Paulo por um erro de arbitragem. Vamos trabalhar para ganhar confiança da imprensa e dos torcedores. Temos certeza de que o conjunto é forte, acho até que poucas equipes têm um conjunto tão forte quanto o Paraná. O grupo pensa sim no título, e elenco que não sonha com títulos nunca os conquista. Vamos atrás disso, trabalhar muito para construir esse sonho, sabendo sempre que é o campeonato mais difícil do mundo.

Pouco antes da sua chegada, o atacante Vandinho foi anunciado como a última contratação do Paraná para o Brasileiro. Você mantém esse pensamento, de que o grupo está fechado, ou já solicitou algum reforço?

Todas as equipes estão buscando reforços, e o Paraná não é diferente. Estamos trabalhando nisso junto com a diretoria, analisando alguns jogadores, mas não só o bom jogador, mas também o bom profissional. Está difícil é verdade, complicado para se encaixar no perfil que queremos, no perfil do Paraná, mas não tenha dúvida que pensamos nisso, e é algo que me deixa confiante no trabalho e na possibilidade de conquista dos nosso objetivos.

A maioria dos treinadores costuma ter alguns jogadores de sua confiança, os chamados "titulares absolutos". Com você existe alguma coisa do gênero também, ou só joga quem estiver melhor?

Confio em todos no grupo, não consigo conviver com pessoas nas quais eu não confie, ou não poderia respeite. Têm atletas sim que contam com uma responsabilidade maior no time, por causa da sua liderança no grupo. Mas a partir do momento em que não confiar em alguém, resolvo a situação de outra maneira. Entretanto, nos que eu confio também não tem essa de vaga garantida.

O seu compromisso com o clube vai até o fim deste ano? Qual a sua proposta de trabalho no time é como a do Zetti, a longo prazo?

Meu contrato vai até 31 de dezembro deste ano. Temos um campeonato difícil em andamento, temos que comprovar que somos uma equipe forte, com condições de chegar longe, e existe, sem dúvida, a minha ambição profissional. Até o fim do ano é quase impossível que eu saia do Paraná, porque tenho meus planos, eu fui muito bem recebido pela diretoria e pelos jogadores, e quero retribuir isso de alguma maneira. Espero que consiga isso com as conquistas dos nossos objetivos, pra então pensar em outra situação no futuro. Quero também concretizar essas revelações, o Everton, o Renan, o próprio Josiel, é um papel primordial para mim, para depois buscar o meu reconhecimento, o que é importante, e eu já o tenha por parte do Paraná.

Qual o recado que você pode deixar para o torcedor, que está feliz com a presença do time no topo da tabela, mas ainda vê com certa desconfiança o alto número de gols sofridos até aqui?

Queria que o nosso torcedor compreendesse a sua importância para a equipe. Tivemos o exemplo do Náutico em Recife, onde a torcida empurrou a equipe deles para jogar bem. Assim como no jogo contra o São Paulo, queremos o apoio do nosso torcedor, e caso haja qualquer desconfiança, que eles compareçam nos jogos na Vila Capanema, que acompanhem os treinos durante a semana, veja com os próprios olhos o trabalho que estamos fazendo. O que eu garanto é que ninguém estará de braços cruzados enquanto estivermos em busca dos nossos objetivos.

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