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Wellington Cirino quer o inédito tetracampeonato para coroar sua recuperação. | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Wellington Cirino quer o inédito tetracampeonato para coroar sua recuperação.| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

O fantasma do grave acidente em Londrina há três anos foi aos poucos expulso da mente. As dores já não incomodam mais. Faltava apenas um detalhe para que o tricampeão Wellington Cirino voltasse a vencer na Fórmula Truck: o caminhão novo. Depois que o Mercedes-Benz Axor 2044 entrou em ação, o piloto iniciou uma reação espetacular, que pode ser consolidada na prova de amanhã, às 13h30, no Autódromo Internacional de Curitiba, a antepenúltima da temporada.

A má performance na corrida de Fortaleza, estréia do equipamento, serviu como adaptação. Nas três seguintes, São Paulo, Londrina e Campo Grande, Cirino obteve 100% de aproveitamento, abocanhando os 93 pontos em disputa – 30 por vitória e mais 1 por pole position. Ele pulou do quinto lugar para a liderança, 18 pontos na frente do companheiro Geraldo Piquet – filho mais velho do tricampeão mundial de Fórmula 1, Nélson Piquet.

"Sem dúvida, o caminhão está fazendo muita diferença, porque é um equipamento novo, de ponta", comemora Cirino, admitindo ter ficado surpreso. "Um bom crescimento estava previsto, mas os resultados têm sido melhores do que o esperado", acrescenta. Por estratégia da equipe ABF Mercedes-Benz, Piquet já vinha utilizando o modelo novo, o que possibilitou os ajustes necessários.

Mas pouco adiantaria o equipamento se o piloto não estivesse de bem com a vida. "Esse ano juntou tudo: estou bem melhor psicologicamente, fisicamente também, não tenho mais aquelas dores que atrapalhavam ao pisar na embreagem", afirma o paranaense de Francisco Beltrão – origem que lhe rendeu o apelido de Marreco, ave-símbolo da cidade do Sudoeste do estado.

Após o acidente de 2005, ele ainda voltou a tempo de administrar a vantagem que possuía e garantir o tricampeonato – é o único da categoria com a marca. Mas nas duas temporadas seguintes sentiu o baque emocional, potencializado pelas dores na perna esquerda, local no qual teve implantada uma placa de platina. Para alívio de Cirino, o metal foi retirado no fim do ano passado.

O sucesso da Fórmula Tru-ck, na qual estreou em 1997, aos 19 anos, também motiva Cirino. "Hoje sou profissional. Vivo do meu trabalho. Quem dirige um caminhão como esse tem muito prazer", diz, apontando para o veículo. "Os sonhos que o Aurélio (Batista Félix, empresário da Truck) tinha, como a internacionalização da categoria, nossa presidente vai dar seqüência", conta, referindo-se a Neusa Navarro Félix, viúva de Aurélio, morto em março. A dirigente negocia a realização de uma etapa na Argentina.

Para completar o ano da retomada, o título cairia perfeitamente para Cirino. "Dependendo do resultado, podemos sair daqui bem tranqüilos em relação ao campeonato. Temos muitos caminhões na briga, mas estou bem confiante de que vou embora de Curitiba melhor do que cheguei. Se tudo der certo, no rumo do tetra", completa um dos seis pilotos da Mercedes no mundo – além da Truck, a marca mantém equipes apenas na Fórmula 1 e na DTM alemã.

Serviço

Os ingressos custam R$ 25 e estão à venda até hoje nos postos Petrobrás, revendedoras Bridgestone e Vipal. A meia-entrada para estudantes só pode ser encontrada na bilheteria do Autódromo Internacional, único local a vender bilhetes no dia da prova. O treino classificatório está marcado para hoje, às 14 horas.

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