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É tão absurda a ideia de o Paraná disputar jogos contra nanicos que só há duas saídas: virada de mesa ou licença. Virada de mesa em prejuízo (ou não) a quem quer que seja, é imoral. Por exclusão, resta ao Tricolor pedir licença no Estadual.

No futebol, como dizia João Saldanha, o povo é quem faz os grandes, e os grandes clubes são os mais populares. Ao contrário de alguns outros segmentos, no futebol o elitismo aflora justo em pe­­que­­nos times. Não há, pois, ne­­nhum preconceito contra os Cin­­cões da vida. Muito pelo contrário.

Entendo que o Coritiba e o Atlético deveriam dialogar com o rival. Não por caridade, até por que o Paraná não precisa, e su­­porta o rojão. Mas por conta de uma lógica profissional. Todos sabem que a autofagia aqui existe. É típica de Curitiba. Mas ela deve ceder à inteligência. Não há mais lugar para este tipo de mentalidade. Hoje, se a Alemanha, por exemplo, torcer para que a economia da Itália se ferre, ela não crescerá. E isso é ruim para todos.

Foge ao bom senso admitir se­­quer a hipótese de, num campeonato regional meia-boca, um clube com estrutura patrimonial invejável, torcida fiel e conquistas, se sujeite a pelear em campos amadores, contra times formados com o objetivo apenas de especulação.

Diferente do Brasileirão, que depois de passar por um caminho languinhento, agora moralizou. O sobe e desce deu robustez ao campeonato nacional. Mexe no bolso do rebaixado, mas não o ridiculariza. Regional, porém, é outra coisa. Tem seus caprichos e casuísmos. O correto é que os chamados grandes devam ser convidados, entrando numa segunda fase para atrair e dar brilho. Disputando o título, sim, mas se não estiver bem, não faz sentido ser jogado para uma festinha de segunda. É deselegante.

Quando o Atlético foi o último colocado em 1967, pelo regulamento deveria cair. Foi quando Evangelino, pelo Coritiba, e Arzúa, pelo Ferroviário, buscaram com Jofre uma solução para alavancar o Rubro-Negro. Conclusão: o Atlético não pagou o mico de jogar contra semiamadores, e se tornou no ano seguinte um dos times mais badalados do país.

Surgia ali, então, um trio de ferro revigorado. Foi o começo de uma nova etapa do futebol local. Seria possível tamanha mudança caso o Atlético (e os outros dois), passivamente, se conformassem com a queda, por conta de uma pífia administração anterior?

Isso não significa passar a mão na cabeça e... tudo bem. Há que se punir, sim. Mas a punição deve ser lá dentro do Paraná. Os incompetentes não têm o direito de comandar um império que veio sendo construído lá atrás, por ícones – que esses curiosos nunca ouviram falar – como Orestes Thá, Arzúa, Perini e tantos outros.

O Paraná sai dessa, mas aqueles que o mergulharam no caos, devem sair antes. "Só a ignorância aceita e a indiferença tolera o reinado da mediocridade." (José de Alencar)

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