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Salvador da seleção brasileira, Paulinho comemora com Fred o gol da classificação à final | Albari Rosa, enviado especial/ Gazeta do Povo
Salvador da seleção brasileira, Paulinho comemora com Fred o gol da classificação à final| Foto: Albari Rosa, enviado especial/ Gazeta do Povo

A prorrogação parecia iminente. Outros 30 minutos capazes de exacerbar a tensão da ala jovem do Brasil diante do experiente time uruguaio, no jogo mais difícil e importante até agora na segunda "gestão" Scolari à frente da seleção. Um gol de Paulinho livrou o Brasil do desgaste físico, mental e do risco de ficar fora da decisão.

O volante de 24 anos, também responsável pelo lançamento perfeito no lance do gol de Fred, voltou ao time depois de ter sido vetado do jogo com a Itália por causa de uma entorse no tornozelo esquerdo. Presença que garantiu os anfitriões na partida de domingo (30), às 19 horas, no Maracanã.

"Já esperávamos um jogo truncado, disputado, mas o mais importante é que conseguimos chegar à final. Às vezes, joga bem e perde; às vezes, joga mal e vence", comemorou o discreto jogador.

O lance decisivo ocorreu aos 41/2º. Após cruzamento de Neymar, o camisa 18 subiu de cabeça para vencer Muslera. "É tudo uma questão de posicionamento", disse. "Pelas circunstâncias da partida, foi o meu gol mais importante. Vai ficar marcado".

Momento raro de glória para um atleta que passou boa parte da carreira lutando para não desistir. Paulinho encontrou muitos percalços para se firmar no esporte. Mesma dificuldade encarada, depois, para se manter no mundo dos boleiros.

Ainda aspirante, penava para acordar de madrugada e pegar a condução até o treino. E nem queria ir. Contrariando a tendência no país da bola no pé, onde os meninos sonham com a vida de jogador, foi obrigado a ser atleta pela mãe, Érika Lima Nascimento, que acreditava no potencial do filho e não o deixou abandonar as categorias de base do Audax, de São Paulo.

Já como profissional, sofreu com o racismo no clube lituano Vilnius e com a falta de dinheiro no Lodz, da Polônia. Desta vez, além da família, a esposa também o impediu de largar tudo. Peregrinou por times de menor expressão no Brasil até encontrar o sossego no Corinthians, onde virou ídolo da segunda maior torcida do país.

O sucesso abriu as portas para a seleção, pela qual já alcançou uma marca expressiva. Com o gol de ontem, acumula cinco tentos trajando a camisa amarela e está colando em legendas do futebol nacional. Em toda a história são cinco os volantes do Brasil que mais vezes balançaram as redes, cada um com seis gols: Dunga, Alemão, César Sampaio, Falcão e Emerson.

O novo capítulo importante na carreira – e decisivo para o Brasil – faz a mãe Érika se orgulhar da própria insistência. "Tem hora que o vejo com a camisa da seleção e penso: meu Deus do céu, criei um monstro", disse ela, em entrevista recente.

Em meio ao bom momento, Paulinho teve a transferência para o Tottenham, da Inglaterra, dada como certa durante a Copa das Confederações. Ontem, porém, o jornal britânico The Time, publicou que o Real Madrid segue esperançoso em poder contar com o volante.

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