• Carregando...

Treinamento

Time sofre com atraso aéreo

O curto tempo de preparação do Paraná para a partida fora de casa contra o Operário, amanhã, ficou ainda menor. O fechamento de todo o espaço aéreo do Rio de Janeiro, na manhã de ontem, atrasou o voo de volta do elenco para Curitiba. O time estava na capital carioca, onde, na quarta, foi eliminado pelo Botafogo na Copa do Brasil.

O imprevisto aumentou o desgaste dos atletas e fez com que o treino regenerativo previsto para ontem fosse cancelado. Com isso, o técnico Ricardo Pinto terá apenas a manhã de hoje para trabalhar com o grupo e definir a equipe que vai enfrentar o Fantasma. À tarde, o elenco parte para a cidade de Ponta Grossa.

O treinador reclamou da data definida pela Federação Paranaense, mas não quer usar a falta de tempo como desculpa para uma eventual má partida. "Não temos tempo de ficar chorando. Precisamos seguir em frente, dar tranquilidade e preparar o espírito dos jogadores para conseguirmos um bom resultado", disse.

Para o duelo com o Fantasma, Ricardo Pinto terá pelo menos cinco desfalques: os volantes Luiz Camargo e Serginho e o atacante Diego estão suspensos, o volante Anderson machucado e o atacante Kelvin com a seleção brasileira sub-19.

Ter dois herdeiros do maior jogador de futebol de todos os tempos treinando no clube é um privilégio. O Paraná desfruta dessa honra, mas não por muito tempo. Os ne­­tos de Pelé – Octavio, de 12 anos, e Gabriel, de 10 – vão defender o São Paulo a partir de julho. Os dois são filhos de Sandra Regina Aran­tes do Nascimento Felinto, filha reconhecida por Pelé depois de exame de DNA em 1996. Ela faleceu em 2006.

O empresário Wagner Ribeiro – que representa, entre outros atletas, o atacante Neymar, do Santos, e o meia Lucas, do São Paulo – foi o responsável pelas negociações que resultaram na saída dos garotos do Tricolor.

Por serem menores de 16 anos, Octavio e Gabriel, não possuíam ne­­nhum vínculo oficial com o Pa­­ra­­ná. Para o advogado do clube, Ales­­sandro Kishino, não havia como segurar os netos do Rei na Vila Capanema. "Quando o atleta ainda não é profissional, pode pe­­dir a liberação a qualquer mo­­mento. É uma situação complicada para qualquer clube", disse.

Um contrato de formação dos atletas (como aprendizes), que permite ao clube ter direito a um retorno financeiro em eventuais negociações futuras, poderia ser assinado, mas somente a partir dos 14 anos. "O Paraná espera essa idade, o que é recomendado pelo Minis­tério Público do Trabalho. Mas mesmo com esse contrato eles podem deixar o clube se quiserem", explica Kishino.

Sem os "Pelezinhos", o clube perde duas possíveis revelações e também um bom material de exposição do clube. O vice-presidente de marketing do Tri­­color, Vladimir Carvalho, ad­­mite que existia a intenção de explorar a imagem dos jo­­vens jogadores. "Tínhamos um foco neles porque sabíamos que, em termos de marketing, o nome Pelé é uma referência", revela. "Mesmo assim a saída deles não traz um grande im­­pacto para nós. Eles são novos e ainda são apostas que podem ou não dar resultado", tenta amenizar Carvalho.

O pai de Octávio e Gabriel, Ozéas Felinto, acredita que a mu­­dança será boa para os fi­­lhos. "O Paraná tem uma estrutura boa em âmbito local, mas o São Paulo tem um investimento maior. Vou procurar o melhor para eles. Hoje estou so­­nhando o sonho deles", afirma.

Os netos de Pelé estão prestes a completar um ano no Tricolor. O técnico das equipes sub-11 e sub-13 do Paraná, Luís Ale­­xandre Corrêa, prefere a cautela na hora de falar sobre os herdeiros do Rei –ambos fa­­ziam questão de usar a camisa 10 que eternizou o avô famoso. "Ainda é muito cedo para dizer se vão dar certo. Terão de se dedicar muito", diz o técnico, que até ju­­nho vai continuar recebendo os garotos três vezes por semana para os treinamentos. Depois, adeus.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]