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Parecer contrário do STJD preocupa advogado do Operário, Domingos Moro, e FPF | Leandro Taques / Agência Gazeta do Povo
Parecer contrário do STJD preocupa advogado do Operário, Domingos Moro, e FPF| Foto: Leandro Taques / Agência Gazeta do Povo

Restando uma semana para o início do Campeonato Paranaense, o desfecho de um conhecido imbróglio judicial pode dar novos contornos ao certame. Embora ainda não seja oficial, o Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) deverá realizar uma sessão extraordinária na próxima quinta-feira para analisar casos que estão atrasados, e um deles será o pedido do Arapongas para ficar com a vaga que hoje é do Operário Ferroviário. Um fator preocupante para o time de Ponta Grossa é o posicionamento da procuradoria do STJD.

De acordo com o parecer preliminar do procurador Caio Pompeu, houve a criação de uma aparente ilegalidade, a qual prejudicou o Arapongas durante a disputa da Divisão de Acesso do ano passado. Na visão dele, as alegações do Arapongas são válidas, e se os auditores assim entenderem, o Fantasma deverá perder a sua vaga. Até segunda-feira todas as partes envolvidas – AFA, Operário e Federação Paranaense de Futebol – deverão entregar as suas contra-razões sobre o caso.

Para quem não se recorda do imbróglio, tão polêmico quanto o "supermando", tudo começou quando o AFA perdeu uma dos seus jogos por WO. Segundo o regulamento da competição, quem perdesse mais de uma partida desta maneira seria automaticamente rebaixado, perdendo inclusive todos os pontos. Contudo, vivendo dificuldades e tentando evitar a punição mais pesada, o AFA preferiu entrar em campo no jogo seguinte com jogadores em condição irregular. Apesar da FPF ter homologado a partida e os resultados da Divisão de Acesso (com Serrano campeão e Operário como vice), o Arapongas pede pelo WO também deste último jogo do AFA, o que faria a equipe se igualar em pontos ao Fantasma e, pelos critérios de desempate, ficar com a segunda vaga.

Depois de entrar com uma liminar no STJD ainda em novembro, suspendendo temporariamente as definições do arbitral do Campeonato Paranaense, o caso voltou para o Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), instância que negou provimento aos pedidos do Arapongas. A equipe voltou a recorrer ao STJD, e agora está confiante, diante do parecer do procurador Caio Pompeu. A posição da procuradoria surpreender a FPF e o advogado do Operário, Domingos Moro, que não esconde a preocupação diante do quadro vigente.

"Recebemos o pedido das contra-razões já com o parecer do doutor Caio, algo que não é comum e que leva a crer que teremos o julgamento nesta quinta-feira. Há uma urgência pela definição deste processo, e o parecer do procurador é apenas um dos elementos do julgamento. Creio que ele partiu da ideia que todos sabiam que poderia acontecer algum problema, e nada foi feito por nenhuma das partes envolvidas. Na opinião dele teria havido um ato ilegal pelo AFA, querendo evitar a punição mais grave", disse Moro, por telefone, à Gazeta do Povo, já discordando de Caio Pompeu.

"Acredito que ele se esqueceu de que aconteceu um jogo, bem ou mal, irregular ou não, e o resultado foi homologado pela FPF. A irregularidade pela escalação dos atletas já foi julgada, digo que foi uma infração típica. Não podemos confundir o que ocorreu com um WO, que seria a inexistência da partida. Acho pouco provável a anulação daquela partida no STJD, só vejo isto como única forma de mudar os participantes do Estadual", comentou Moro. O Operário estará trabalhando em conjunto com a FPF na tentativa de manter o Fantasma e enterrar as investidas do Arapongas.

A reportagem tentou entrar em contato com o advogado do Arapongas, Nixon Fiori, e com dirigentes do time do interior, mas ninguém foi encontrado. As investidas para contatar o diretor jurídico da FPF, Juliano Tetto, e os demais dirigentes da entidade também não tiveram êxito.

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