Projeto "Avaí 2010" e perseguição anulam chances de Zé Carlos renovar

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Somente um "fato novo", popular jargão futebolístico, ou algo totalmente inesperado faria com que o goleiro Zé Carlos, destaque do Paraná Clube na segunda metade da Série B, permanecesse no clube para 2010. Com contrato findando em 30 de novembro, o camisa 1 paranista já tem destino certo para a próxima temporada: o Avaí (SC).

Quem afirma é o empresário Luiz Alberto, que garantiu à reportagem da Gazeta do Povo que as coisas poderiam ser bem diferentes. "Tentei trazer o Zé Carlos no começo do ano, mas insistiram em dizer que o time não precisava de goleiros. O que vimos? Revezamento no Paranaense e demora para se acertar no Brasileiro. Não é querer dizer, mas acho que o time teria tido melhor sorte, sem desrespeitar os goleiros que passaram pelo clube, se ele tivesse sido contratado antes. A demora custou muito para o Paraná".

Nem o desejo do jogador em permanecer na Vila Capanema deve ser determinante para que haja uma inversão no plano traçado pelo empresário desde a chegada do goleiro. "Eu certamente respeito a opinião e a vontade do jogador, mas já tínhamos outros planos traçados para ele. Não posso encerrar o caso totalmente, mas é muito difícil. Quando o trouxe, me detonaram. Mesmo assim ele se firmou e agora ano que vem pretendemos usar ele no Avaí, que disputará quatro competições".

O jogador já estava nos planos do time catarinense, mas se o Tricolor demonstrasse confiança em seu potencial, o acerto contratual poderia ter sido outro. "Pelo nosso planejamento, ele já ia para lá antes mesmo de vir para o Paraná. Se eles tivessem demonstrado interesse, se apostassem nele, o contrato poderia ter sido mais longo, diferente mesmo. Mas...".

Para Luiz Alberto, a perseguição de parte da torcida contra jogadores gerenciados por ele prejudicou muito a equipe paranista. "Tem sempre uma meia dúzia de torcedores que vai na onda de alguns torcedores profissionais. Não sei o que se ganha por isso, mas nossos jogadores são sempre os criticados. Lembra o Leo Gago? Agora, clubes do mundo inteiro querem tê-lo, mas aqui precisou até registrar boletim de ocorrências porque foi até ameaçado", comentou.

O empresário disse que está bem decidido a encerrar a parceria. "Ficar me desgastando desse jeito é muito ruim. Não quero mais isso. É praticamente certo que o Zé, o Gabriel e o Davi (outros dois jogadores da LA Sports) deixem o clube no final do ano".

O atual diretor de futebol do Paraná Clube, Paulo Velter, preferiu não comentar a situação de Zé Carlos e dos demais jogadores da LA. "Não posso dizer nada, pois ele pertence à LA e até a última conversa que tive com o Luiz, ele e seus jogadores devem deixar o clube no final do ano. Não vejo possibilidades de renovação e nem estou cuidando mais disso", disse, deixando no ar o clima de despedida.

Nova diretoria já não empolga empresário

Quando foi anunciada a candidatura do atual vice-presidente Aquilino Romani para as próximas eleições, o empresário chegou a repensar o anunciado fim da parceira. Contudo, a ideia de encerrar o trabalho em conjunto com o Tricolor parece inevitável. "Estou vendo que o caminho que esta sendo tomado não é o ideal. Gosto muito do Aquilino e respeito algumas pessoas que estão lá, mas a ideia de mudar todo o departamento de futebol não me agrada muito".

Segundo o empresário, a saída do atual diretor de futebol, Paulo Velter, representa uma perda insubstituível para o Tricolor. "Não conheço o Aramis Tissot (que assumiria o departamento caso sua chapa vencesse as eleições), mas só ouvi coisas boas dele. Mesmo assim, perder um cara como o Paulo Velter é complicado, pois ele é um paranista, que trabalha de graças e até tira dinheiro do próprio bolso para pagar bicho para jogador".

E encerra. "Essa nova diretoria tem tudo para dar certo. Posso ajudar no que for preciso, mas provavelmente sem trazer jogadores. Isso porque tenho certeza que se eu trouxer, vão malhar antes mesmo de o cara chegar na cidade. O Paraná precisa blindar seus jogadores desse tipo de crítica".