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Antes mesmo do início do Atletiba decisivo que poderia definir a queda do Atlético e a classificação do Coritiba à Libertadores, dois torcedores do Coritiba foram baleados, um na perna esquerda e outro de raspão. O caso ocorreu por volta das 15 horas deste domingo, na Praça do Expedicionário, no bairro Alto da XV, próxima ao Estádio Couto Pereira.

De acordo com a Polícia Civil, as vítimas, que vestiam a camisa coxa, ao descerem do ônibus deram de cara com um grupo de 30 atleticanos. Foram disparados foguetes contra os torcedores e cerca de quatro tiros foram ouvidos. Segundo a Polícia Militar, que atendeu a ocorrência, as vítimas teriam sido encaminhadas por populares ao Hospital Cajuru. Os responsáveis pelos disparos não foram identificados. A polícia informou que os ferimentos foram leves e os torcedores receberiam alta ainda neste domingo.

Em outro caso, ocorrido no bairro Santa Cândida, um grupo de torcedores coxas fazia um churrasco numa praça do Jardim Jalisco, em frente ao antigo Conglomerado Banestado, quando foi surpreendido por outro grupo vestindo camisas do Atlético. De acordo com o boletim da Polícia Civil, dois rapazes da turma rubro-negra estavam armados e atiram contra os rivais, baleando dois jovens, um no pé e outro no cotovelo.

Ambos foram levados para um hospital, onde receberam atendimento e não correm risco de morte. O polícia fez buscas na região para localizar os autores dos disparos, mas até às 22 horas ninguém foi detido.

Ocorrências

Até às 20 horas de domingo, a Polícia Militar já havia contabilizado 39 ocorrências envolvendo torcedores de Atlético e Coritiba. O bairro Santa Cândida teve mais casos, com seis ocorrências. Na Cidade Industrial foram mais três casos. Os bairros Olaria, Novo Mundo, Uberaba, Capão Raso, Pinheirinho, Cristo Rei, Tatuquara, Santa Felicidade, Juvevê, Sitio Cercado, Atuba, Orleans, Alto Boqueirão, Fazendinha, Bairro Alto, Rebouças e Centro também registraram brigas, além de outras duas na cidade de Colombo, na região metropolitana, e uma em Almirante Tamandaré.

No total, mais de 300 torcedores estiveram envolvidos nos incidentes, grande parte armada com pedaços de pedras e paus. As brigas e confusões ocorreram durante o deslocamento de grupos de 30 a 40 pessoas para a Arena da Baixada ou nos bairros. Não foram registradas brigas dentro ou nos arredores do estádio atleticano.

Às 17h45, a avaliação do coronel Sobrinho sobre a operação era positiva. "O patrulhamento está sendo feito nas canelatas, em terminais e no entorno do estádio. A PM está nas ruas para garantir a tranquilidade não só dos torcedores, como dos cidadãos em outros pontos da cidade", disse.

O comandante classificou as ocorrências como dentro do previsto. "Foi tranquilo tendo em vista a expectativa existente para esta partida", acrescentou Sobrinho após a partida.

Jovens ficam prensadas entre carro da PM e ônibus

Uma das ocorrências envolveu duas jovens que ficaram prensadas entre uma viatura da PM e um ônibus, nas proximidades da Praça Santos Andrade, no Centro.

Durante um tumulto envolvendo cerca de 30 torcedores nas escadarias do Prédio Histórico da Universidade Federal do Paraná, as jovens, ao tentarem escapar do tumulto, teriam sido atropeladas pelo carro, que fazia a escolta dos torcedores.

As duas torcedoras, maiores de idade, foram socorridas por uma ambulância do Siate, e foram encaminhadas ao hospital para acompanhamento. Segundo a PM, o caso não foi grave e as moças teriam sido liberadas pouco após o incidente.

Fogos de artifício

Pela manhã, outros quatro torcedores foram presos com bombas de fabricação caseira e fogos de artifício no bairro Pinheirinho. Eles foram denunciados à Guarda Municipal após passarem pelo Terminal Pinheirinho fazendo ameaças, de acordo com a prefeitura de Curitiba.

Em perseguição ao grupo, uma viatura da Guarda Municipal chegou ao grupo que estava em um carro modelo Marea. Três dos torcedores foram encaminhados para o 8° Distrito Policial. O outro, por ser menor de idade, foi levado à Delegacia do Adolescente.

Casa invadidaNa Rua Expedicionário Francisco Pereira dos Santos, no Alto Boqueirão, um grupo que portava a bandeira do Atlético invadiu o quintal de uma casa após avistarem dentro da residência pessoas com a camisa do Alviverde. Houve discussão entre eles e, de acordo com a PM, alguns atleticanos estariam suspostamente armados. A polícia foi acionada, mas ninguém foi preso.

Entrada das torcidas na Arena

Apesar do clima tenso, não houve problemas na entrada das torcidas de Atlético e Coritiba no estádio Arena da Baixada, onde aconteceu o clássico. O bloqueio feito pela Polícia Militar nas quadras próximas ao estádio, no bairro Água Verde, evitou que grupos rivais de torcedores se encontrassem. Dois helicópteros da polícia sobrevoavam o Centro de Curitiba, vigiando com binóculos as ruas da cidade.Não foram registradas confusões ou brigas na entrada do estádio, apenas algumas confusões isoladas. Torcedores do Atlético aglomerados próximos à sede da torcida Os Fanáticos avançaram para cima de fiscais da prefeitura municipal que monitoravam as barraquinhas de bebibas e comidas. A PM teve de intervir com balas de borracha e bombas de efeito moral. A partir daí, ao policiamento não permitiu mais o acesso de pessoas com cerveja pela frente da sede da organizada.

SaídaApós a partida, centenas de atleticanos seguiam pela Rua Engenheiros Rebouças comemorando a vitória sobre o rival, quando a polícia começou a lançar bombas de gás lacrimogênio para dispersá-los do local. A PM justificou tal atitude como preventiva, uma vez que perto dali, na Rua Brasílio Itiberê, um grupo de coxas-brancas era escoltado e o encontro entre os rivais poderia ser inevitável. Porém, segundo testemunhas, a ação da PM teria sido truculenta e no grupo atleticano haveria familiares com crianças.

Tumulto no trânsito No cruzamento das ruas Baltazar Carrasco dos Reis e Desembargador Westphalen, no Parolin, torcedores do Corinthians tumultuaram o trânsito durante a comemoração do título de pentacampeão no Brasileiro. Eles tentavam parar os veículos e até chegaram a fechar a rua, mas logo foram dispersos pelo policiamento.

Morte em festaA Polícia Civil investiga o assassinato de um homem na Vila Fuck, em Piraquara, que estava em uma festa de família, trajando camiseta Coxa. Segundo informações da PM, ele foi atingido por um disparo, sendo socorrido e levado até o hospital da cidade, onde acabou morrendo. A princípio não há ligação com torcida organizada, mas a polícia deve investigar o caso para saber a origem do disparo. Até às 22 horas deste domingo, a ocorrência estava em andamento.

A PM concederá entrevista coletiva às 10 horas desta segunda-feira no Quartel do Comando Geral, no Rebouças, para divulgar o resultado final de ocorrências policiais em relação ao Atletiba.

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