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Romário deixou a delegacia sem dar entrevistas: ex-craque não teve regalias | Bruno Domingos/Reuters
Romário deixou a delegacia sem dar entrevistas: ex-craque não teve regalias| Foto: Bruno Domingos/Reuters

Rio - Romário sempre teve regalias nos clubes que defendeu no Rio. Fazia quase tudo o que queria no Vasco, Flamengo e Fluminense, com o aval dos dirigentes. Nos últimos dois dias, porém, ele voltou a ser igual aos outros, pelo menos perante a lei. O ex-jogador não recebeu tratamento diferenciado na 16ª Delegacia de Polícia, localizado na Barra da Tijuca, para onde foi levado na tarde de terça-feira, após ser detido por não pagar pensão alimentícia dos filhos – e de onde só saiu na tarde de ontem.

Romário passou 22 horas detido. Ele só foi solto na tarde desta quarta-feira, após pagar os dois meses que devia de pensão dos filhos Romarinho, de 15 anos, e Moniquinha, de 19 anos – ambos frutos do seu casamento com Mônica Santoro de Carvalho, que acabou em 1995. Para conseguir a liberdade, o ex-jogador depositou R$ 89.641,44 na conta da ex-mulher, que tinha aberto processo em maio.

A filha do jogador, segundo relatos, chegou a discutir com o pai na audiência. "É difícil uma filha e um pai discutirem uma coisa na Justiça, mas foi tudo bem e acabou da melhor forma", disse o irmão de Mônica, Marcelo Santoro.

Astro do futebol mundial, com o título da Copa de 94 no currículo, Romário passou a noite na cadeia. Como seu advogado não conseguiu a liberação judicial ainda na terça-feira, o ex-jogador ficou numa minúscula sala trancada e sem grade, junto com outros dois homens detidos pelo mesmo problema. Ele teria deitado no chão, em cima de um pano, para descansar, mas não conseguiu dormir.

Policiais contam que o ex-jogador reclamou das acomodações. "Isso é esculacho, eu não mereço", teria dito.

Ainda na noite de terça-feira, um amigo de Romário, conhecido como Pica-Pau, levou um prato de costela para que o ex-jogador pudesse jantar, mas foi barrado na porta da 16ª DP. Segundo o delegado titular Carlos Augusto Nogueira, o astro teria ficado muito irritado com essa proibição, mas ele não teve nenhuma regalia na delegacia.

Na manhã desta quarta-feira, Romário comeu um pão doce, oferecido pelo amigo Batata. "Ele não teve regalia aqui. Estava cansado e debilitado", disse o delegado, explicando que o ex-jogador só não foi trancado na cela porque as duas existentes na 16ª DP estavam ocupadas por assaltantes e mulheres.

Romário só deixou a delegacia por volta das 15 horas, quando, cercado pelos jornalistas, até soltou um sorriso – apesar disso, não deu declarações. Ele seguiu, então, para o Fórum da Barra, onde participou de audiência com o juiz Antônio Aurélio Abi-Ramia Duarte, da 2ª Vara de Família. Aí, conseguiu o alvará de soltura, ao comprovar o acerto do pagamento da pensão dos filhos. E foi embora, novamente sem conceder entrevista.

Dono de contratos milionários quando era jogador, Romário estaria com problemas financeiros por causa de uma decisão da Justiça que o condenou a pagar R$ 5,5 milhões a uma casal de vizinhos no luxuoso condomínio Golden Green, na Barra da Tijuca. O astro, cujo imóvel de R$ 9 milhões deve ir a leilão, fez obras em sua cobertura que danificaram o apartamento de baixo.

Antes de abrir processo na Justiça contra Romário pelo não pagamento da pensão alimentícia dos dois filhos, Mônica Santoro tentou penhorar os bens do ex-marido. "Mas não conseguimos detectar um bem livre e desembaraçado", contou o advogado dela, Sérgio Fisher.

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