Treino do Hawks Maringá Rugby, segundo time do estado a possuir um campo oficial para atuar: equipe é composta por jogadores amadores| Foto: Fabio Dias/Gazeta do Povo
Veja as regras do Rúgbi

Na origem inglesa, nasceu com o nome de rugby. No "aportuguesamento", virou rúgbi. Pronuncia-se algo como "râguebi". Boa parte dos brasileiros ainda não sabe bem ao certo como se joga esse esporte, tão popular na Europa e na Oceania, mas sabe da sua existência. Parece exagero, mas só isso é suficiente para atletas e dirigentes da modalidade comemorarem.

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"A população já sabe pronunciar o nome. O próximo passo é aprender como se joga", diz o presidente da Federação Paranaense de Rugby, Mauro Calegaro. Nacio­­nalmente, a campanha publicitária da Topper contribuiu para di­­vulgar o esporte. Outra conquista foi o patrocínio de R$ 99 mil por ano, até 2016 – valor não confirmado pela empresa de material esportivo.

Apesar de ser uma receita assustadoramente menor que a de ou­­tras modalidades (a natação nacional, por exemplo, recebeu dos Cor­­reios R$ 10 milhões na temporada 2009/2010), a verba permitiu à Con­­federação Brasileira de Rugby (CBRu) criar um plano de metas pa­­ra as seleções nacionais.

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No Paraná, pequenos avanços também são comemorados. On­­tem o estado teve seu primeiro campeão em uma competição rea­­lizada com seis equipes, devidamente federadas, para jogar o rúgbi union (o mais tradicional, com 15 atletas em cada time). "Até então, tínhamos de improvisar. Uma equipe emprestava atletas para a outra, ou reduzíamos pa­­ra 13, 10 ou 7 de cada lado", lem­­bra Calegaro.

Times mais novos vêm ganhando força, resultado do esforço de ama­­dores. Principal equipe da ca­­pital, o Curitiba Rugby Clube (CRC) existe há 26 anos e acompanha o surgimento de adversários pelo interior, como os Lobos Bravos, de Ponta Grossa; o Londrina Rugby Clube; o Cianorte Rugby; o Cas­­cavel Rugby e o Hawks Maringá Rugby.

O time maringaense, que on­­tem disputou a final do Para­­naense com o CRC, é, de certo modo, um retrato do rúgbi no estado: cresce, mas está longe de sair do amadorismo. Foi formado há quatro anos, quando o professor An­­selmo Alexandre Mendes enviou um e-mail aos amigos. "Não sei como fazer aquela barreira dos dois times [o scrum]... Sou ‘cru cru’ no rugby, mas sonho em formar uma equipe em minha cidade...", dizia a mensagem.

As primeiras partidas eram no gramado em frente à Catedral de Ma­­ringá. O advogado Marcelo Gi­­menes Valenzuela, hoje coordenador da equipe, conta que o convite inicial foi para um jogo de futebol. "Quando cheguei lá, a bola era oval!", lembra. Apesar da peça que lhe pregaram, se­­guiu treinando.

Hoje o Hawks tem o segundo campo oficial do Paraná, resultado de uma parceria com a prefeitura, que cedeu o espaço em um parque. Os custos com treinos, uniformes, viagens e competições, porém, saem do bolso de cada atleta.

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Em geral, os treinos são à noite, após a jornada de trabalho dos jo­­gadores. "Essa é a realidade do rúgbi no país. Mas até mesmo na Ar­­gentina, onde é muito popular, o esporte é amador. Quem se profissionaliza vai jogar na Europa", compara Calegaro.