O banimento dos trajes que reduzem o atrito com a água e melhoram a performance dos atletas pela Federação Internacional de Natação (Fina) continua sendo o principal assunto entre os profissionais do esporte. A partir de janeiro de 2010, todos os nadadores serão obrigados a entrar na água como antigamente - apenas de sunga ou bermuda, no caso dos homens. E eles apostam em resultados surpreendentes nos próximos anos.
O brasileiro Felipe França, medalhista de prata nos 50 metros peito no Mundial de Roma, realizado em julho, acredita que a novidade pode mexer com a natação. "Teremos surpresas, vamos ver o que vai acontecer agora, é difícil falar antes de começarem as competições".
No entanto, ele não acha que as quebras de recordes vão parar de acontecer devido ao fim dos trajes tecnológicos. "As quebras virão do mesmo jeito, pelo talento dos atletas. Pode até demorar um pouco, mas treinando certamente os tempos seguirão caindo da mesma maneira", afirma.
Já Nicholas Santos, medalhista de ouro no revezamento 4x100 metros livre nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, sentirá saudade dos trajes. "É muito dolorido nadar só de sunga, e acredito que até os resultados podem mudar. Mas treinando nós vamos conseguir bons resultados".
Mesmo com esta mudança drástica, os nadadores brasileiros seguem confiantes em bons resultados para o País nos próximos anos. "Não vamos apenas manter esta evolução como pensamos em crescer ainda mais. Queremos fazer uma boa Olimpíada em Londres (2012) para chegarmos bem fortes no Rio (2016)", diz Nicholas Santos.
Para Felipe França, a medalha de ouro conquistada por César Cielo nos 50 metros livre nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008 foi um divisor de águas. "Hoje, lá fora, eles já têm um conceito diferente da natação brasileira".
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