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Sem verba de TV para 2020, FPF recorre à CBF; times têm planejamento indefinido
| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Sem qualquer definição sobre transmissão de TV após a Rede Globo confirmar que não comprará o Campeonato Paranaense 2020, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) recorreu à CBF para tentar resolver o assunto.

Na quarta-feira (13), o presidente Hélio Cury se reuniu com o diretor de competições da entidade, Manoel Flores, no Rio de Janeiro. E retornou com a promessa de uma resposta até a próxima sexta-feira (22). A reportagem tentou contato com os dirigentes, mas não obteve resposta.

O problema é um rombo de R$ 6 milhões. Esse foi o valor distribuído na edição de 2019 — cada clube levou cerca de R$ 475 mil, enquanto a FPF ficou com R$ 300 mil de taxa de administração.

Hoje, sem venda de transmissão, os clubes ficariam sem a principal fonte de receita. Por iniciativa de Athletico e Coritiba, a empresa LiveMode, dona da Live FC, responsável pelo streaming do último Estadual, já tenta vender cotas de patrocínio para o torneio. A iniciativa, contudo, não foi aprovada pela FPF, que tenta por si só captar patrocinadores e viabilizar a venda dos direitos de transmissão.

Como o Paranaense começa em apenas dois meses, no dia 18 de janeiro, a Gazeta do Povo entrou em contato com dirigentes dos clubes do Interior para saber como está a preparação em um provável cenário sem a verba da TV. Veja abaixo as respostas:

Cascavel CR

Antônio Carlos de Almeida, presidente

"Estamos só esperando. Queremos que a Globo e a FPF cheguem a um acordo, a um denominador comum. De qualquer forma, vamos disputar o campeonato. Tomara que consigam uma alternativa, uma solução. A FPF nos passou que estão tentando isso. Mas estamos nos preparando para as duas possibilidades, com e sem TV. É uma situação melancólica".

Cascavel FC

Valdinei Silva, presidente

"Não fomos comunicados oficialmente sobre o assunto da TV. Até onde sei, as negociações estão paradas. Nosso time, por outro lado, já está treinando, se apresentou no começo do mês, a preparação começou. Estamos trabalhando para não depender de dinheiro de transmissão. Nossa realidade é um pouco diferente de outros clubes".

Cianorte

Lucas Franzato, presidente

"Pelas conversas com o presidente, a expectativa de fechar alternativas financeiras é boa. Acredito que existe a possibilidade de chegarmos aos valores do campeonato passado, mas independente disso já tínhamos grande parte do nosso plantel fechado. Claro, estamos em momento em que não podemos fazer nenhuma loucura por essa insegurança. A expectativa é de R$ 6 milhões como mínimo. Têm várias frentes, via CBF, via TV Educativa, via Fox. Só que mais de quem vai passar ou não, é uma questão de sustentabilidade mesmo, de ter uma verba de televisão boa para os clubes."

Londrina

Sergio Malucelli, gestor de futebol

"Nem pensei no Paranaense. Ainda estamos focados em não terminar o campeonato na ZR. Primeiro temos de esperar acontecer. Até agora não fomos comunicados pela FPF sobre a questão dos direitos de transmissão."

Operário

Álvaro Góes, presidente do conselho gestor

"Para o Operário é indiferente. Temos que sair forte na Copa do Brasil. Não adianta pensar no dinheiro que vem da televisão ou não para o Paranaense. Não contamos com essa verba. Se ela vier, será um extra."

PSTC

Mario Iramina, presidente

"Vamos contabilizar o prejuízo, né? Lucro no time profissional é sempre muito difícil. Temos a equipe mais por obrigação. Se não tivermos a TV, o prejuízo vai ser acima de R$ 500 mil. A FPF acredita que possa reverter e aí teríamos um saldo negativo bem menor. Se empatar vamos fazer festa."

Rio Branco

Itamar Bill, presidente do Conselho Deliberativo

"Estamos indo na perspectiva de que alguma coisa vai acontecer. Não podemos ficar parados. Estamos antecipando, sem muitos recursos, e esperando para ver o que acontece: um plano A, com TV, ou um plano B, que só Deus sabe. Ficaria inviável. Não temos nada. Pelo que sabemos a Globo quer parar com regionais. A FPF não se posiciona. O presidente está se empenhando muito, mas de concreto nada. E não adianta anunciar algo que não está fechado 100%".

Toledo

Carlos Alberto Dulaba, presidente

"A preparação segue a mesma. O orçamento planejado é o mesmo de 2019. Estamos trabalhando enquanto aguardamos uma definição. Dia 2 de dezembro o elenco se apresenta. A FPF não nos deu posicionamento, pediu pra aguardar até o fim da semana que vem. Nós queremos vender três mil passaportes para os jogos para tentar amenizar. Alguma coisa tem que vir para amenizar a falta da TV".

União

Otávio Muniz, presidente

"Estamos trabalhando com a hipótese que ainda vai ter TV. Se não for a Globo, pode ser outra emissora. Nosso planejamento conta com essa receita de mais ou menos R$ 475 mil [a mesma cota do último Estadual]... Mas com ou sem TV, vamos ter que achar uma forma de suprir. Nosso torcedor nos ajuda muito, a gente faz muitos almoços e jantares com premiações, promoções — e tem dado certo. De qualquer forma, confiamos na FPF para conduzir algo bom para os clubes."

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