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São Paulo – O caso de amor entre os são-paulinos e a Copa Libertadores (além de um pênalti desperdiçado por Fabrício) barrou ontem a pretensão atleticana de conquistar a América. Diante de 70 mil torcedores, o clube paulista bateu o Furacão por 4 a 0 e chegou ao tricampeonato do cobiçado torneio – fato inédito para um clube brasileiro.

Antes mesmo da festa tricolor, um retrospecto já anunciava as dificuldades que estavam por vir. Desde 8 de maio de 1987 (derrota para o chileno Colo Colo), o São Paulo não conhece o sabor de um tropeço no Morumbi em jogos válidos pela competição continental. Nestes 17 anos, ocorreram 29 partidas no estádio, com 26 vitórias e 3 empates.

Mas mesmo amargando o vice-campeonato, o Furacão deixou a edição 2005 com algo a contabilizar. Faturou US$ 1,2 milhão pela presença na última partida, surpreendeu equipes como América de Cali, Independiente Medellín, Libertad, Cerro Porteño, Santos e Chivas, escreveu história no futebol paranaense e protagonizou a primeira finalíssima entre equipes de um mesmo país.

Parou apenas na força de um time que pensa e vive a Libertadores. Nesta quinta-feira, o São Paulo disputava sua quinta decisão do campeonato. Havia vencido no biênio 92-93, sob a batuta do técnico Telê Santana e com jogadores como Raí, Cafu e Muller. Ícones na história do clube.

Repetir essa façanha era uma obsessão entre os tricolores. Algo que estava entalado na garganta há 11 anos, quando caiu nos pênaltis diante do argentino Vélez, do goleiro paraguaio Chilavert, no mesmo Morumbi lotado.

O time treinado por Paulo Autuori está agora habilitado para representar os sul-americanos na segunda edição do Mundial de Clubes da Fifa – fora o convite para defender o título da Copa que venceu ontem em 2006. O campeonato intercontinental será entre 11 e 18 de dezembro, nas cidades japonesas de Tóquio e Yokohama.

O duelo que definiu o campeão foi um resumo dessa simbiose. Os donos da casa não perderam uma dividida, justamente diante de um adversário que se notabilizou pela raça. Tal atitude contagiou ainda mais o público.Não tardou para chegar a recompensa. Luizão tocou de calcanhar para Danilo, que entrou na área e chutou forte em cima de Diego. O goleiro deu rebote e o próprio meio-campista levantou para a cabeçada de Amoroso. Sem marcação, o centroavante não teve trabalho para balançar a rede (16’).

Assim mesmo, o Atlético teve uma chance para alterar o rumo das coisas. Aloísio sofreu falta fora da área, mas o árbitro argentino Horacio Helizondo anotou a falta máxima. Na cobrança da penalidade, Fabrício acertou a trave. Foi o último lance do primeiro tempo. E o jogador atleticano foi ao vestiário desolado, recebendo o apoio dos colegas.

Na etapa final, logo veio o golpe de misericórdia. O zagueiro Fabão subiu mais que Durval – aproveitando a cobrança de escanteio do lateral Cicinho – e fez o segundo gol do confronto (7’). De imediato, ouviu-se em coro o grito de "tricampeão".Já com os rubro-negros perdidos em campo, Amoroso passou fácil por Durval (sempre ele) e levantou na medida para Luizão só conferir, em cima da linha, com o pé direito (26’).

Com a festa na arquibancada já armada, veio a goleada. Diego Tardelli limpou o mesmo zagueiro das outras falhas e tocou com no cantinho para Diego ser vencido pela quarta vez (44’). Acabava o sonho.

Em São Paulo São Paulo 4 x 0 Atlético

São Paulo Rogério Ceni; Fabão, Lugano e Alex; Cicinho, Mineiro, Josué, Danilo e Júnior (Fábio Santos); Luizão (Souza) e Amoroso (Diego Tardelli). Técnico: Paulo Autuori.

Atlético Diego; Jancarlos, Danilo, Durval e Marcão (Rodrigo); Cocito, André Rocha (Alan Bahia), Evadro e Fabrício; Lima (Fernandinho) e Aloísio. Técnico: Antônio Lopes.

Estádio: Morumbi.Árbitro: Horacio Elizondo (ARG).Auxs.: Rodolfo Otero e Juan Carlos Rebollo (ARG).Gols: Amoroso (S), aos 16’ do 1.º tempo; Fabão (S), aos 7’, Luizão (S), aos 25’, Diego Tardelli (S), aos 44’ do 2.º tempo. Amarelos: Lugano, Fabão e Danilo (S); Evandro, Cocito e André Rocha (A).Público pagante: 71.986 pessoasRenda: R$ 3.026.395,00

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