Em se tratando de futebol, o Sudeste é o Brasil. A prova dessa afirmação está na distribuição demográfica da seleção. Dos 23 prováveis convocados pelo fluminense Carlos Alberto Parreira para a disputa da Copa do Mundo da Alemanha, apenas 6 jogadores não nasceram na região de economia mais desenvolvida do país. Essa constatação segue a tendência do que se vê nos clubes, já que as equipes de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro são também maioria absoluta na divisão de elite do campeonato nacional. Juntos, os três estados têm 11 dos 20 participantes.

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Dinheiro e mídia são fatores fundamentais para que os focos sejam centrados em paulistas e cariocas. Se São Paulo já se beneficia do amplo investimento no esporte, que se traduz em maior freqüência na revelação de bons atletas, a força dos veículos de comunicação completa o processo de concentração do foco no eixo Rio-São Paulo. As principais emissoras do país são da região e servem de vitrine para os times locais despontarem no cenário nacional e até mesmo internacional.

A conseqüência disso é que a seleção só contará com jogadores de sete estados, incluindo aí o Distrito Federal. Dessa forma, a imensa maioria dos estados, mais especificamente 20 deles, não terá representante na Europa. Somente 26% das unidades da federação terão "embaixadores" na busca pelo sexto título mundial.

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Essa divisão desproporcional não é uma invenção de Parreira, mas ele a ampliou. Na Família Scolari, que trouxe o pentacampeonato para o Brasil, por exemplo, havia um estado a mais na conta: o Paraná. Belletti (Cascavel), Rogério Ceni (Pato Branco) e Kléberson (Uraí) estiveram na Ásia.

Já o Rio foi quem mais lucrou com a troca de comando. Tendo em Ronaldo Fenômeno seu único atleta em 2002, o estado saltou para cinco nomes em 2006. Principalmente por isso, o Sudeste, que tinha 11 jogadores com a camisa auriverde, agora soma 17. As seis vagas a mais foram obtidas com as saídas de paranaenses e baianos – três de cada.