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A apresentação do Brasil foi tão gelada quanto a temperatura em La Plata (perto dos 0°C) no empate sem gols contra a Venezuela. O lance mais inusitado foi a invasão de um cachorro em campo | Enrique Marcarian/Reuters
A apresentação do Brasil foi tão gelada quanto a temperatura em La Plata (perto dos 0°C) no empate sem gols contra a Venezuela. O lance mais inusitado foi a invasão de um cachorro em campo| Foto: Enrique Marcarian/Reuters

La Plata, Argentina - Antes da estreia na Copa América, o técnico Mano Menezes dizia que a Venezuela não era uma "galinha morta". Forma de motivar seus jogadores, que compraram a ideia, com elogios até exagerados ao adversário de ontem.

Após o empate por a 0 a 0, porém, o semblante e as lamentações em série de todos da seleção brasileira na saída do Estádio Ciudad de La Plata passavam a clara impressão de que acreditavam não ter conseguido vencer, de fato, uma galinha morta.

"Lógico que em um Brasil e Venezuela ninguém esperava o empate", admitiu o goleiro Júlio César. "Temos de pedir desculpas ao torcedor", falou o zagueiro Thiago Silva. "Há obrigação de melhorar", emendou o zagueiro e capitão Lúcio.

Isso que após o insucesso eles nem tinham cabeça para pensar no histórico do duelo: foi apenas o segundo empate com os venezuelanos. O retrospecto ainda aponta 18 vitórias e uma derrota. Na história da Copa América, foi o décimo empate da equipe vinotinto, que só venceu duas vezes e perdeu 38.

Gols perdidos, gramado ruim, falta de entrosamento... Muitas foram as justificativas para o resultado. Mas sem ocultar os erros. "Temos de melhorar especialmente as finalizações. Se tivéssemos feito os gols no primeiro tempo tudo seria diferente", admitiu Robinho. Mas falando no plural, deixando de lado que uma das duas principais chances esteve exatamente nos pés dele. No lance, após contra-ataque puxado por Neymar, tirou do goleiro, mas fraco demais, dando chance à zaga de salvar.

A outra grande oportunidade na primeira etapa foi de Alexandre Pato, ao acertar o travessão. E ele também usou o "nós" no discurso: "Temos de errar menos e fazer o que a gente sabe, que é gol".

As chances desperdiçadas só explicam o 0 a 0 no primeiro tempo, no qual a seleção teve pelo menos outros cinco bons momentos ofensivos. No segundo o que faltou mesmo foi criação.

O esperado futebol do quarteto ofensivo não apareceu, especialmente de Robinho – substituído por Fred – e Ganso, que permaneceu em campo o tempo inteiro, mas longe do brilho que todos esperam. Ele era o mais incomodado na saída. Deu apenas uma curta resposta, também falando que o jogo seria diferente se os gols tivessem saído no primeiro tempo, e logo foi puxado pelo assessor de comunicação da CBF, Rodrigo Paiva, para o ônibus.

O técnico Mano Menezes e alguns jogadores ainda criticaram o gramado. "Atrapalhou, sim. Não dava nem para fazer as tabelas direito", disse Thiago Silva. E apontaram a necessidade de mais entrosamento. "Todo começo de trabalho é complicado. A equipe ainda tem de criar uma identidade. Vamos aproveitar a Copa América para isso", prometeu Júlio César.

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