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Frankfurt – Após oito anos, Ronaldo revê hoje o adversário que lhe traz as piores lembranças. Quando o atacante entrar em campo para enfrentar a França de Zidane, a história vivida em 98 ganhará um novo e definitivo capítulo. O duelo será às 16 horas (de Brasília) em Frankfurt.

O camisa 9 lidera uma das gerações mais vitoriosas – um grupo formado por remanescentes do penta e até do tetra mundial. Do outro lado, o maestro francês comanda a safra de maior sucesso no seu país – além da Taça Fifa, levantou a Euro-2000 e a Copa das Confederações-2001 e 2003.

Quem perder o desafio possivelmente vai sepultar uma carreira de glórias no Mundial. O Fenômeno – na gangorra física que vive – não deve emplacar com tanto vigor a edição de 2010, quando estará com 33 anos. O apoiador europeu, aos 34, já anunciou a intenção de pendurar as chuteiras após o torneio na Alemanha.

Já aquele que prosseguir terá um horizonte raro. O brasileiro conduzirá o país à quarta semifinal consecutiva – algo inédito na história. Terá direito a mais dois jogos para ampliar o recorde de gols da competição. Isto sem contar a chance de chegar ao hexa, batendo em números absolutos o período de ouro entre 58 e 70 (sob o comando de Pelé).

No caso do adversário, algoz da seleção em 98 com dois gols na decisão, vislumbraria um desfecho inesperado à brilhante carreira. Assim como o seu colega de Real Madrid, também será o grande ícone de um período dourado – ao lado de coadjuvantes como Vieira, Thuram, Henry e Barthez. A consagração deixa a era Platini (anos 80) em absurda desvantagem.

Para Ronaldo (que evitou ontem dar declarações sobre o reencontro), a partida tem ainda outro motivo especial: apagar aquele 12 de julho, em Saint-Dennis. Depois de ser o pivô da derrota naquela finalíssima, graças à convulsão sofrida horas antes do jogo, ele consolidou uma carreira vitoriosa – mas ficou com o resquício.

O técnico Carlos Alberto Parreira chegou a opinar ontem sobre o tema. "São dois monstros do futebol nesta década", destacou ele, que rechaçou a possibilidade de conversar com o artilheiro sobre o tema revanche. "Não conversamos sobre isso e nem iremos... Ele está tranqüilo. Não está sendo influenciado por isso."

O curioso para os personagens das duas últimas edições de Copas é a grande amizade entre o "Gordo" e o "Vovô" – como são cutucados pelas torcidas inimigas. Eles fazem parte por exemplo do Programa das Nações Unidas de Desenvolvimento para erradicar a pobreza e a fome. Até já fizeram amistoso para arrecadar fundos para a causa.

A vingança – termo previamente rejeitado, por exemplo, pelo capitão Cafu e o coordenador Zagallo (ambos presentes no tropeço) – também encerra o ciclo de desculpas da seleção brasileira. Pela primeira vez na Alemanha-2006, o país enfrentará um time capaz de jogar sem medo, dando espaços no ataque. Em todos os confrontos até aqui, reclamou-se das retrancas para justificar o mau desempenho.

A equipe nacional não tem problemas médicos para o desafio. Kaká, Emerson e Robinho treinaram normalmente no rachão realizado ontem no Waldstadion, campo do Eintracht Frankfurt. Os Azuis também usam força máxima.

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