Helsinque, Finlândia (AE) – Para o Brasil, o 10.º Mundial de Atletismo, em Helsinque, foi ruim. A equipe não fez a campanha que esperava. Para o mundo, o quadro de medalhas provou que os Estados Unidos mandam no esporte, o atletismo está "africanizado", os países do Caribe têm competidores de qualidade, o Leste Europeu está de volta, e a Europa tradicional perde espaço – a Alemanha deixou o Mundial com um ouro e a Inglaterra com um bronze.

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A exceção são os EUA, que mesmo com uma equipe renovada, não se afastam do pódio – levaram 25 medalhas (14 de ouro, 8 de prata e 3 de bronze), seguidos por Rússia, com 20 (7, 8 e 5) e Etiópia, com 9 (3, 4 e 2). Cuba ficou em quarto com 6 medalhas (2 e 4) e ontem ainda encerrou participação com recorde mundial de Osleidys Menéndez, no lançamento do dardo (71 70 m).

Os melhores resultados do Brasil foram de Raquel Costa, Lucimar Moura, Thatiana Ignácio e Luciana Santos, no 4 x 100 m feminino (5.º); Jadel Gregório, no salto triplo (6.º); Matheus Inocêncio, nos 110 m com barreiras (8.º); de Maria Laura Almirão Geisa Coutinho, Josiane Tito e Lucimar Teodoro, no 4 x 400 m feminino (finalistas); e de Marílson Gomes dos Santos, na maratona (10.º)

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O Conselho Técnico da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) tinha a expectativa de que os 32 atletas pudessem levar uma medalha e ir a três finais. "Fazer quatro finais é bom? É pouco. Mas não adianta pintar de cor de rosa, nossa realidade é essa", afirma o técnico Nélio Moura.

Ele admite que "ficou aquele gostinho de podia ter dado", mas acha errado culpar Jadel Gregório pela falta de medalhas. "A medalha depende do imponderável, esperar que venha da atuação de um único atleta, que até competiu com brio, é difícil."

O técnico Luiz Alberto de Oliveira (treinou o campeão olímpico Joaquim Cruz), que veio ao Mundial com a seleção do Catar, fez milhões de críticas, acha que "está tudo errado com o atletismo brasileiro" e definiu como "um absurdo" Jadel competir sem treinador. Acha que seria preciso um planejamento mais detalhado para todas as provas e concorda que as mulheres foram bem.

O técnico-chefe do Brasil, Ricardo D’Angelo, disse que todos os aspectos serão analisados numa reunião do Conselho Técnico, na volta ao Brasil. "Faremos uma reavaliação para o Pan e o Mundial de 2007 e a Olimpíada de Pequim, em 2008."

Disse que Vanderlei Cordeiro de Lima, apesar do longo trabalho feito em Paipa, na Colômbia, foi prejudicado por uma contratura na coxa direita. Elogiou Marílson, "que está num excelente caminho", e entende que se Vanderlei não tivesse parado, o Brasil, que foi quinto na Copa do Mundo de Maratona, poderia ter ganho uma medalha.

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