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Foram nove anos morando nos Estados Unidos. Tempo suficiente para Carlos de Andrade, o Piolho, sair do anonimato dos tempos em que andava na pista do Ambiental, em Curitiba, e se tornar um dos grandes nomes do skate mundial.

Mas nem a história construída com títulos como o do Campeonato Mundial em 2000 e o bi dos X-Games Australiano (2000 e 2001) foi suficiente para que o paranaense resistisse à saudade de casa, da família, dos amigos e da namorada. Em janeiro, Piolho retornou definitivamente ao Brasil – de onde garante que só sairá esporadicamente para disputar algumas etapas do circuito internacional.

"Eu até poderia ficar lá, mas já estava de saco cheio. Quando percebi que hoje já se consegue viver tranqüilo e decentemente do skate no Brasil, peguei minhas coisas e me mandei", conta.

Mas o Piolho que desembarcou no Aeroporto Afonso Pena está bem diferente daquele garoto de 17 anos que em 1997 resolveu limpar a caderneta de poupança e se arriscar numa terra estranha em busca do sonho.

O tamanho, que lhe rendeu o apelido, continua praticamente o mesmo. Mas nos nove anos em que passou fora do Brasil, Piolho conta ter vivido coisas que não imaginava antes de sair de casa. Do apartamento de um quarto na Califórnia, que dividia com mais seis amigos logo quando chegou nos EUA, a virar personagem de videogame em 2002, no ESPN X Games Skateboarding, para Playstation 2.

"Fui pensando uma coisa, mas aconteceu outra totalmente diferente. Não imaginava que tudo ia ser tão rápido. Nesse tempo, conheci boa parte do mundo", conta.

No Brasil, Piolho até obtinha bons resultados, mas ainda não havia conseguido ganhar nenhum título no street. Mas quando chegou lá fora, foi logo faturando a mais tradicional etapa do circuito mundial, o Slam City Jam, no Canadá. "A diferença é que nós somos muito acostumados a competições. E eles vivem mais de aparecer em revistas, fazer vídeos e apresentações. Tem gente que nem participa de campeonatos", explica.

De volta ao Brasil, o skatista voltará a competir por aqui, mas também se dedicará a um projeto de divulgação do esporte no qual fará apresentações em vários partes do país. Na pista da Drop Dead, seu novo patrocinador e onde ocorreu a entrevista, já teve uma prova de que o projeto tem tudo para dar certo. Piolho era atração entre a garotada que começava no skate treinando na escolinha criada há dois meses pela empresa.

"Pretendo fazer de tudo que puder para o skate crescer. Quero trazer novos modelos de pistas para cá. Aqui em Curitiba não há mais lugares públicos para se andar. Todas as pistas que a prefeitura construiu já estão ultrapassadas. Tem a do Gaúcho, por exemplo, que é histórica, mas é velha. E isso que Curitiba é a nata do brasileiro."

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