Donald Trump, ex-presidente americano, fala à imprensa na porta de um tribunal em Nova York, 7 de dezembro de 2023.| Foto: EFE/ Sarah Yenesel
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Estamos prestes a embarcar em um dos anos mais selvagens da história da política americana e isso pode acabar sendo apenas um prelúdio.

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Se 2024 promete ser tumultuado e imprevisível, espere só até 2025 se Donald Trump ganhar a presidência novamente ainda este ano.

Os adversários de Trump não têm um histórico de aceitar as vitórias dele com serenidade. A vitória inesperada de Trump em 2016 lançou teorias da conspiração sobre como a Rússia o ajudou a ganhar, catalisou uma investigação policial de anos em torno dele e de sua campanha baseada nessas teorias, e desencadeou protestos nas ruas.

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Tudo isso foi leve, dado o que ainda pode estar por vir.

Os oponentes de Trump estão alarmados de um modo sincero e, até certo ponto, compreensível com sua conduta após a eleição de 2020 e como ele marcou seu retorno político como uma turnê de vingança.

Para a maioria deles, porém, salvar a democracia não significa manter as regras a todo custo e deixar os eleitores decidirem a eleição e o destino do próximo presidente. Não, significa bloquear Donald Trump a qualquer custo, independentemente das consequências para o Estado de direito, a política democrática ou a fé em nosso sistema de governo.

Nessa visão, a democracia tem apenas um resultado legítimo e não envolve Donald Trump de volta à 1600 Pennsylvania Avenue [endereço da Casa Branca].

Alguns democratas merecem crédito mínimo por se distanciarem das decisões dos estados do Colorado e do Maine de retirar Trump da cédula eleitoral e argumentar que a maneira correta de derrotar Trump é por meio da urna de votação, embora isso não seja uma grande concessão.

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O que já aconteceu colocou o país em um lugar sem precedentes. É difícil imaginar algo mais extremo do que um lado da nossa política indiciando seu principal oponente, criando a real possibilidade de prendê-lo nos meses anteriores a uma eleição e excluindo-o da urna em estados selecionados.

No entanto, se Trump vencer, temos que presumir que isso é apenas um aperitivo do que está por vir. Não é como se seus inimigos fossem concluir que Trump era uma ameaça intolerável como candidato, mas, uma vez que ele tenha sido eleito presidente novamente, os eleitores tomaram sua decisão e todos devem voltar à política como de costume.

O Washington Post publicou um longo e muito discutido ensaio do respeitado escritor de política externa Robert Kagan argumentando que Trump levou os EUA à beira da ditadura. Se ele voltar ao poder, isso significará que "o preço de se opor a ele se torna perseguição, perda de propriedade e possivelmente perda de liberdade".

Essa visão alarmante depende de cada baluarte institucional do sistema americano — dos tribunais e o exército à opinião pública — se render a um presidente de um único mandato que, se a história servir de guia, encontrará resposta nas eleições parlamentares de meio de mandato e se tornará um "pato manco" em seu terceiro ano de governo.

Mas se a tirania é para onde você acha que estamos indo, qual é a resposta apropriada? Criar anúncios pagos por super-PACs [da sigla em inglês para Comitê de Ação Política — são grupos que juntam milhões de dólares em doações] anti-Trump este ano? Fazer campanha para o presidente Biden? Participar de painéis na CNN para demonstrar grande preocupação? Em outras palavras, simplesmente todos os meios padrão de organização política e persuasão?

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E se Trump emergir vitorioso e a suposta ditadura estiver em andamento de verdade?

Certamente, a reação fará com que os protestos pró-Hamas que abalaram os campi universitários e interromperam rodovias em todo o país pareçam pequenos em comparação. Se a república está supostamente à beira da queda, meios de resistência extra-legais são justificados.

Pelo menos uma parte da esquerda se convencerá de que apenas uma revolução colorida pode salvar o país.

Antes do confronto Trump–Clinton de 2016, uma escola de apoiadores de Trump postulava que era a eleição do "Voo 93" [referência ao voo da United Airlines do 11 de setembro de 2001 em que os passageiros se revoltaram contra os terroristas, fazendo que o avião caísse longe do possível alvo pretendido, o Capitólio em Washington] — possivelmente a última chance de salvar o país. As consequências do fracasso eram tão terríveis que qualquer coisa era justificada para vencer. Agora, é assim que a esquerda se sente, exceto que Trump teria ganhado sua eleição do Voo 93, e Joe Biden poderia muito bem perder a dele.

Se for o caso, haverá muito a temer dos autoproclamados defensores da democracia.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

©2024 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.