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O humorista Dave Chappelle.
O humorista Dave Chappelle.| Foto: Frame do YouTube

Depois de o presidente da Netflix, Ted Sarandos, ter optado por manter o especial The Closer, do comediante Dave Chapelle, no catálogo do serviço de streaming, mesmo sob críticas de ativistas LGBT que acusavam o comediante de "transfobia", dezenas de funcionários da empresa protestaram contra o programa humorístico nesta quinta-feira (21), na Califórnia.

Os manifestantes se reuniram em frente à sede da Netflix, com cartazes e alto-falantes, em um movimento que deve marcar o início de uma greve. Desde que a celeuma começou, dois funcionários da casa foram demitidos: um por ter compartilhado “informação confidencial e comercialmente sensível para fora da empresa”, referente ao custo do especial The Closer, e uma funcionária transexual, que alegou ter sido exonerada depois de rebater as piadas classificadas como "discurso de ódio" via Twitter. Em nota, a Netflix negou que este tenha sido o motivo da demissão e afirmou que a mulher se recusou a comparecer a uma reunião reservada apenas a diretores.

O movimento dos grevistas recebeu apoio de artistas como Jameela Jamil (The Good Place), Jonathan Van Ess (Queer Eye) e do ator transexual Elliot Page (Juno). Em um dos vídeos do protesto que circula nas redes, os manifestantes quebram uma placa com os dizeres "Nós gostamos do Dave", levada pelo youtuber Vito Gesualdi. Enquanto segurava o cabo ao qual a placa destruída estava presa, o influenciador foi acusado pelos grevistas de estar portando uma arma.

No especial, Chappelle, que é negro, argumenta que a comunidade LGBT obteve ganhos nos últimos anos que os negros não tiveram em décadas de luta, além de chamar o público LGBT de "muito sensível". Logo que as reações estouraram, Ted Sarandos declarou apoio a Chappelle: em texto enviado aos funcionários, afirmou que "o conteúdo na tela não se traduz diretamente em agressão no mundo real" e reforçou a importância da liberdade artística. Pressionado, Sarandos acabou por se desculpar, dizendo ter "errado na forma como se comunicou com os funcionários", mas sustentou a continuidade do programa no ar.

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