Loja da Balenciaga na Tailândia| Foto: Bigstock
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Os clamores para cancelar a Balenciaga continuam. Começaram depois de a empresa lançar uma campanha de publicidade na qual crianças abraçam ursinhos de pelúcia vestidos com apetrechos sadomasoquistas.

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As imagens provam que estamos numa "espiral" quando se trata de exploração sexual de crianças, segundo disse a vice-presidente de pesquisas do National Center on Sexual Exploitation, Lisa Thompson. Ela concedeu uma entrevista por telefone ao Daily Signal na segunda-feira (28).

A Balenciaga, uma grife de alta costura, está sendo criticada pela natureza sexual da propaganda, bem como pelo receio de que promova a pornografia infantil e a sexualização de crianças. "As empresas que se envolvem nesse tipo de publicidade devem ser responsabilizadas", disse Thompson.

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A empresa de moda também sofreu duras críticas por uma peça publicitária na qual promovia uma bolsa cujo preço varia de 3.450 a 4 mil dólares. A peça exibia a bolsa largada sobre uma pilha de papéis numa mesa de escritório. Entre os papéis constava o que parecia ser uma decisão de 2008 da Suprema Corte relativa a um caso de pornografia infantil.

A Balenciaga apagou todas as propagandas polêmicas de todas as suas plataformas e publicou um pedido de desculpas. "Condenamos fortemente o abuso infantil; nunca foi nossa intenção incluí-lo em nossa narrativa", disse a empresa no Instagram. "As duas campanhas publicitárias em questão refletem uma série de erros graves cuja responsabilidade a Balenciaga assume", disse a grife.

Infelizmente, Thompson diz que os anúncios são exemplos de uma tendência cultural em curso que normaliza imagens pornográficas. "Penso que aqueles que expressam indignação estão muito certos", disse Thompson, mas acrescentou que "esta não é a primeira vez que vemos situações como esta, em que as crianças são hiper-sexualizadas."

Britney Spears era menor de idade em 1999: tinha só 17 anos quando a revista Rolling Stone colocou-a na foto de capa, deitada de camisa aberta numa cama, mostrando o sutiã e segurando um Teletubby. Thompson diz que a Vogue francesa foi criticada em 2011 quando pôs modelos crianças em poses sensuais. [No caso aludido, uma modelo tinha 10 anos. (N. t.)]

A despeito da crítica, da reação e da atenção negativa da mídia nos casos de sexualização de crianças, "a coisa não para", disse Thompson.

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Por quê?

"O problema é que continua a haver gente que deseja esse conteúdo e que está doida para consumi-lo. E eu acho que isso é resultado de nossa cultura pornificada", disse ela, acrescentando que o consumo de pornografia adulta pode levar ao consumo de pornografia infantil.

"Temos incontáveis exemplos de consumidores de pornografia. Eles vão perder a sensibilidade para o conteúdo comum e vão procurar alguma coisa nova, uma coisa mais excitante; e, para uma certa porcentagem dessa população, essa coisa vão ser as crianças."

A Recovery Village, um centro de reabilitação de viciados, relata que 40 milhões de adultos norte-americanos visitam regularmente sites de pornografia.

Foi, "em grande medida, a banalização da pornografia adulta que nos levou até aqui", disse Thompson, acrescentando que uma questão extra hoje é que as crianças estão se tornando "abusadoras de si mesmas".

O National Center on Sexual Exploitation relata que "hoje mais da metade das crianças dos EUA [têm] um smartphone aos 11 anos."

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O acesso dos jovens à internet não só levou as crianças a se exporem à pornografia, como também a "trocarem nudes de si mesmas", disse Thompson.

Neste momento histórico, "a situação das crianças é absolutamente tenebrosa", disse ela, acrescentando que muita gente está trabalhando duro para impedir a exploração sexual de menores, mas "a indignação pública não é o suficiente".

Segundo Thompson, a única coisa positiva da campanha publicitária da Balenciaga é que "se trata de um holofote sobre o problema horrível que temos com o material de abuso sexual infantil e com a banalização da sexualização infantil".

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

©2022 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

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