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Dia poluído em Pequim, China
Céu poluído em Pequim, China: promessas do Partido Comunista Chinês para diminuir emissões são vazias| Foto: EFE / EPA / WU HONG

Líderes de todo o mundo estão se reunindo em Glasgow esta semana para discutir a resposta global às mudanças climáticas. Em meio a um ano de desastres naturais dramáticos, desde inundações mortais na Alemanha até incêndios florestais históricos no oeste dos Estados Unidos, os líderes estão renovando seus apelos por cooperação global na redução das emissões de gases de efeito estufa e na preparação das comunidades vulneráveis ​​para as mudanças climáticas. No entanto, Xi Jinping, o presidente do país mais poluente do mundo — a China — não se importou em fazer a viagem para a Escócia.

Em vez de se juntar aos outros chefes de estado na conferência COP26 das Nações Unidas, o presidente Xi optou por enviar uma breve declaração por escrito. Na nota, ele enfatizou a importância da cooperação, destacou os esforços da China para fazer a transição para a energia limpa e apontou para a necessidade de uma "ação sólida".

A declaração do presidente Xi é tão vazia quanto sua cadeira na conferência.

Na realidade, a China é responsável por 27% das emissões mundiais de gases de efeito estufa, mais do que qualquer outra nação desenvolvida combinada. Nas últimas três décadas, as emissões da China triplicaram e não há sinais de que a tendência será revertida tão cedo. As autoridades chinesas costumam apontar para as emissões históricas dos países desenvolvidos. Mas desde 2005, para cada tonelada de emissões reduzidas pelos EUA, a China quadruplicou as suas.

O abismal recorde de emissões da China não passou despercebido. Recentemente, o presidente Xi está sentindo a pressão da comunidade internacional. Em 2020, ele fez um anúncio surpresa de que a China trabalharia para atingir emissões líquidas zero até 2060 e visaria atingir o pico de emissões por volta de 2030. Neste outono, ele anunciou que a China não mais financiará a construção de usinas de carvão no exterior. No entanto, como as garantias do Partido Comunista Chinês de que não há genocídio sendo cometido contra os uigures muçulmanos em Xinjiang, as promessas do presidente Xi de ação climática devem ser recebidas com ceticismo.

Após uma inspeção mais detalhada, as promessas climáticas da China escondem motivos ocultos. Embora seus investimentos em projetos de energia limpa e infraestrutura em países em desenvolvimento possam parecer benevolentes, eles são, na verdade, uma extensão da neocolonial Iniciativa do Cinturão e Rota (Belt and Road Initiative) do Partido Comunista Chinês. O anúncio de que o regime não iria mais financiar usinas de carvão estrangeiras fazia sentido financeiro, dada a volatilidade dos preços do carvão, e desviou a atenção do fato de que a China importou 41 gigawatts de energia a carvão para dentro de suas fronteiras somente em 2020. E quanto às vagas promessas do PCCh de descarbonização doméstica, as declarações aspiracionais são uma maneira barata de ganhar elogios de líderes globais famintos por sinais visíveis de progresso climático.

Em suma, toda ação aparentemente positiva de mitigação da mudança climática que a China realiza tem como objetivo enganar o Ocidente, ajudar o PCCh ou ambos. A comunidade global deve entender a ausência do presidente Xi na COP-26 como uma declaração clara do maior poluidor do mundo: “Mudanças climáticas? Vocês que se virem.”

Durante seu discurso em Glasgow na terça-feira, o presidente Biden chamou a ausência do presidente Xi de "um grande erro". Mas essas declarações moderadamente admoestadoras não são boas o suficiente. Os Estados Unidos, junto com seus aliados, devem apontar o dedo, cobrar e pressionar agressivamente o Partido Comunista Chinês a agir sobre a mudança climática. Isso deve incluir submeter os bens e empresas chinesas a sanções, tarifas e outras punições; liderar a Iniciativa do Cinturão e Rota em países em desenvolvimento por meio de investimentos econômicos; e denunciar o roubo de propriedade intelectual e práticas comerciais anticompetitivas do PCCh. A estrutura global existente para ação colaborativa contra a mudança climática, o Acordo de Paris, depende de relatórios voluntários e metas de redução de emissões determinadas nacionalmente. Mas em uma questão tão importante como esta, não se acreditar que a China vá honrar suas promessas.

Alguns dirão que não podemos nos dar ao luxo de hostilizar a China — que, no que diz respeito à mudança climática, e até mesmo aos direitos humanos, devemos persuadir o presidente Xi a se tornar um ator global responsável, sendo bonzinho. Mas essa abordagem foi tentada várias vezes e ainda não funcionou.

Portanto, é hora de jogar duro: devemos declarar o Partido Comunista Chinês o Inimigo Nº 1 do Clima. À medida que o nível do mar continua a subir e as ondas de calor devastam o mundo desenvolvido e em desenvolvimento, simplesmente não podemos esperar por um regime comunista autoritário despertar e perceber sua obrigação moral de agir. Há apenas uma estratégia que forçará o presidente Xi a assumir a responsabilidade pela destruição de nosso planeta por sua nação: a condenação esmagadora da comunidade internacional e a pressão econômica agressiva dos Estados Unidos e de seus aliados.

*Quill Robinson é o vice-presidente de assuntos governamentais da American Conservation Coalition.

©2021 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.
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